Tragédia no Texas revela tendência de aumento de inundações repentinas no mundo

As inundações repentinas no Texas deixaram mais de 120 pessoas mortas e e outras 160 ainda estão desaparecidas — incluindo desaparecidas, muitas delas crianças em acampamentos de férias.

Este é, até o momento, o número de óbitos em decorrência das chuvas torrenciais e enchentes que atingiram o Texas na última sexta-feira, 4 de julho, quando os americanos celebram o Dia da Independência dos Estados Unidos.

Enquanto algumas famílias se preparam para enterrar seus entes queridos e outras aguardam notícias dos parentes desaparecidos, começam a surgir perguntas sobre como esta tragédia aconteceu e por que deixou tantas vítimas.

Rio subiu 8 metros em 45 minutos

A OMM ressalta que os avisos vieram quando as pessoas estavam dormindo e não havia sirenes locais nos campos.

As águas das enchentes aumentaram drasticamente por volta das 4 da manhã, com o rio Guadalupe subindo quase 8 metros em 45 minutos.

Efeito das mudanças climáticas

A frequência e intensidade das inundações repentinas estão aumentando em muitas regiões devido à rápida urbanização, mudanças no uso da terra e mudanças climáticas.

Uma atmosfera mais quente retém mais umidade, tornando eventos extremos de chuva mais comuns.

A tragédia no Texas ocorreu devido à umidade tropical de tempestades que atingiram o México. Isso produziu de 25 a 46 cm de chuva em poucas horas, sobrecarregando rapidamente a bacia do rio Guadalupe no condado de Kerr.

Desastre mortal

As inundações repentinas estão entre os perigos naturais mais mortais do mundo e causam cerca de 5 mil mortes por ano. Esse tipo de desastre representa aproximadamente 85% dos casos de inundações.

Ele é definido como um evento de inundação súbita e de alta intensidade, em que o tempo entre o evento desencadeador, normalmente chuva intensa, e o início da enchente é de apenas algumas horas.

Esses desastres são caracterizados por um rápido aumento do nível da água e impactos arrasadores na infraestrutura e nas comunidades, especialmente em áreas urbanas e montanhosas, como foi o caso do Texas.

Após enchentes mortais, Texas enfrenta novo alerta de tempestades

Nos Estados Unidos, após as enchentes mortais que devastaram parte do estado do Texas, a região sul do país voltará a registrar um padrão de umidade neste fim de semana, o que traz de volta a ameaça de inundações.

O foco da ameaça de inundação se estenderá do leste do Novo México, passando pelo oeste e norte do Texas e chegando a grande parte de Oklahoma, onde o Centro de Previsão do Tempo emitiu uma ameaça de nível 2 de 4 para chuvas excessivas no sábado (12) e domingo (13).

Essa área inclui a vila de Ruidoso, no Novo México, que foi afetada pelas enchentes mortais e recordes no início desta semana.

Espera-se que tempestades que se desenvolvam na região causem chuvas significativas em um curto período de tempo.

Há grandes quantidades de umidade do Golfo na região e as tempestades serão lentas — uma péssima receita para enchentes.

As tempestades provavelmente terão maior impacto a partir da tarde de sábado até a noite no sudoeste de Oklahoma e no noroeste do Texas.

A grande maioria das chuvas permanecerá ao norte da cidade de Kerrville, duramente atingida, mas a cidade e as áreas ao redor estão em nível 1 de 4 de ameaça no sábado devido à incerteza da localização da tempestade.

Enchentes no Texas mataram mais de 120

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, viajou para o centro do Texas, nesta sexta-feira (11), acompanhado da primeira-dama Melania Trump para avaliar as consequências das enchentes.

A viagem marca a mais recente demonstração de apoio da Casa Branca ao esforço de recuperação do Texas. Recentemente, autoridades do governo americano pressionaram pela redução das operações de preparação para emergências do governo – ou até mesmo pela eliminação completa da Agência Federal de Gestão de Emergências.

O alerta foi dado tarde demais?

Enquanto as buscas continuam para localizar as 40 pessoas desaparecidas após a enchente do Rio Guadalupe, a imprensa americana começou a especular sobre o impacto dos cortes orçamentários e de pessoal implementados pelo governo do presidente Donald Trump na tragédia.

O jornal The New York Times revelou que vários escritórios do NWS no Texas careciam de hidrólogos e meteorologistas, que são essenciais para o trabalho de monitoramento e alerta climático.

Tom Fahy, diretor da Organização de Funcionários do NWS, disse que os cargos vagos em pelo menos dois escritórios no Texas haviam dobrado desde janeiro, quando Trump retornou à Casa Branca.

“A redução de pessoal coloca vidas em risco”, afirmou ao jornal, John Sokich, que foi diretor de assuntos legislativos do NWS até janeiro. O ex-funcionário explicou que a falta de pessoal dificultava a coordenação com as autoridades locais em caso de emergência.

O governo negou, por sua vez, essas alegações.

No entanto, sob o governo Trump, o NWS, assim como outras agências federais, foi paraçado a reduzir sua paraça de trabalho.

Até a primavera, o Serviço Meteorológico havia perdido quase 600 de seus cerca de 4 mil funcionários devido a demissões e aposentadorias implementadas pelo Departamento de Eficiência Governamental, que era liderado pelo bilionário Elon Musk, informou o The New York Times.

Fontes: ONU News, BCC, CNN.

Foto: Wikipedia.

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