O Departamento de Energia dos Estados Unidos contratou pelo menos três cientistas que são conhecidos por rejeitarem o esmagador consenso científico sobre as causas das mudanças climáticas, de acordo com registros analisados pelo The New York Times.
Os cientistas estão listados no sistema de e-mail interno do Departamento de Energia como funcionários atuais da agência, mostram os registros. São eles Steven E. Koonin, físico e autor de um livro best-seller que considera a ciência climática “incerta”; John Christy, cientista atmosférico que duvida da extensão em que a atividade humana causou o aquecimento global; e Roy Spencer, meteorologista que acredita que as nuvens tiveram maior influência no aquecimento do que os humanos.
A contratação deles ocorre após o governo Donald Trump demitir centenas de cientistas e especialistas que estavam compilando o principal relatório do governo americano sobre como as mudanças climáticas estão afetando o país. O governo também removeu sistematicamente menções às mudanças climáticas de sites governamentais e reduziu drasticamente o financiamento federal para pesquisas sobre o aquecimento global.
Além disso, autoridades da gestão Trump têm recrutado cientistas para ajudá-los a revogar a “constatação de perigo” de 2009, que determinou que os gases de efeito estufa representam uma ameaça à saúde e bem-estar públicos —e que agora sustenta grande parte da autoridade legal do governo para desacelerar o aquecimento global, segundo duas pessoas informadas sobre o assunto que falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a comentar publicamente.
Não ficou imediatamente claro em que os três cientistas estão trabalhando ou se estão sendo pagos. Representantes de Koonin, Spencer e do Departamento de Energia não responderam aos pedidos de comentário feitos pela reportagem.
Em uma breve entrevista por telefone e, em seguida, por e-mail, Christy disse que não estava trabalhando na constatação de perigo nem recebendo salário do governo. Ele se recusou a comentar mais.
A vasta maioria dos cientistas em todo o mundo concorda que as atividades humanas — principalmente a queima de combustíveis fósseis como petróleo, gás e carvão— estão aquecendo perigosamente a Terra. Isso aumentou a frequência e intensidade de ondas de calor, secas e temporais extremos como a tempestade que causou as inundações mortais que devastaram o centro do Texas.
Uma pequena minoria de cientistas, no entanto, rejeita esse consenso. Koonin, que disse ser amigo do Secretário de Energia Chris Wright, é um dos críticos mais vocais.
Fontes: Folha SP, The New York Times.
Foto: Nathan Howard – 8.abr.25/Reuters.
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