Produtos alimentícios ultraprocessados são aqueles que passaram por vários processamentos industriais antes de serem comercializados e consumidos. Eles apresentam aditivos alimentares específicos e ingredientes que não encontramos no dia a dia da cozinha, que são adicionados para conferir-lhes características sensoriais artificialmente atraentes e, geralmente, um longo prazo de validade.
Eles têm se tornado cada vez mais presentes no cotidiano alimentar de boa parte da população brasileira por diversas razões, entre elas, a de serem fáceis de encontrar e vendidos a preços baixos, em muitos casos. Mas a grande verdade é que o consumo desse tipo de “alimento” faz mal à nossa saúde (sem falar outros malefícios à sociedade e ao meio ambiente).
E “alimentos” entre muitas aspas, porque a indústria de ultraprocessados insiste em chamá-los assim e até a dizer que são saudáveis.
Para sustentar essa mentira, grandes corporações do ramo jogam sujo.
Elas investem milhões em publicidade para fazer as pessoas acreditarem em benefícios questionáveis dos seus produtos.
Financiam estudos que enaltecem e extrapolam características pontuais dos seus produtos e as relacionam com uma possível saudabilidade.
Patrocinam atletas e celebridades para transmitir a ideia de saúde. Chegam até a sustentar uma ala política a favor dos seus interesses e impedir a implementação de ações que combatam um problema que afeta drasticamente a saúde da população.
Eles tentam a todo custo passar a ideia de que são saudáveis, nutritivos, necessários na nossa mesa e etc. Mas há um volume crescente e robusto de
evidências e publicações científicas produzidas por universidades e organizações sérias que demonstram cada vez mais a relação entre o consumo desses produtos e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (como diabetes, hipertensão, doenças do coração), além de obesidade e até câncer.
Um desses estudos, desenvolvido por pesquisadores do Núcleo de Pesquisas
Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/
USP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Nacional do Chile, mostrou que 57 mil mortes por ano no Brasil são atribuíveis ao consumo de ultraprocessados.
Essa estimativa aponta que os ultraprocessados são mais letais que homicídios!
Fonte: IDEC.
Imagem: IDEC.