8 grandes feitos da astronomia nos últimos 10 anos

Os astrônomos e cientistas ao redor do planeta estão empolgados com as últimas descobertas e missões espaciais. E não é à toa: estamos, de fato, vendo o alvorecer de uma nova era da astronomia, com tecnologias impressionantes e descobertas que fascinam qualquer um. Isso nos leva cada vez mais perto de compreendermos nosso lugar e papel no universo.

Se você não tem olhado para o céu (metaforicamente) ultimamente, separamos uma lista com algumas das maiores descobertas e realizações da astronomia nos últimos 10 anos.

  1. Mais 5 mil exoplanetas detectados

Na última década vimos mais exoplanetas do que nunca, incluindo alguns semelhantes à Terra (em tamanho e massa) orbitando na zona habitável de suas estrelas (onde a água líquida poderia existir na superfície). Também foram descobertos Júpiteres quentes, sub Netunos, super Terras e planetas ultra leves chamados de super-puffs.

Astrônomos planetários encontraram ainda mundos exóticos e bastante hostis à vida, como um planeta onde chove ferro derretido (WASP-76 b); um com superfície de lava (Kepler 10 b); outro com “chuva” de vidro (HD 189733 b), entre muitos outros lugares pra lá de esquisitos.

Entretanto, o foco de muitas pesquisas é a busca por mundos potencialmente habitáveis, e vimos muitos avanços nesse aspecto também. O primeiro planeta do tamanho da Terra orbitando na zona habitável de sua estrela foi revelado pela equipe do telescópio espacial Kepler em 2013.

Batizado como Kepler-186f, este planeta rochoso é apenas 10% maior que a Terra e orbita uma estrela com aproximadamente metade do tamanho do nosso Sol, localizada a cerca de 500 anos-luz de distância de nós.

Por fim, em 2018, o telescópio espacial TESS foi lançado e deu início a uma nova era na busca por mundos distantes. Sua missão primária já foi concluída, mas no início de 2022 os astrônomos anunciaram que o TESS já detectou mais de 5 mil candidatos a exoplanetas. No total, já foram confirmados mais de 5 mil exoplanetas na Via Láctea.

  1. Voyager

As duas sondas Voyager alcançaram o espaço interestelar — e causaram uma certa confusão sobre o que é exatamente o “espaço interestelar”. Elas ainda não saíram do Sistema Solar, mas atravessaram a borda externa da heliosfera, a heliopausa. Com isso, elas começaram a detectar raios cósmicos vindos de fora do Sistema Solar.

Quem primeiro realizou essa façanha foi a Voyager 1, em 2012. Durante sua missão, ela enviou fotos incríveis do nosso Sistema Solar, incluindo o famoso “Pálido Ponto Azul”, em 1990. Ao deixar a heliopausa, a Voyager 1 se tornou a nave a percorrer a maior distância no espaço. Seis anos depois, o mesmo aconteceu com a Voyager 2.

  1. Coleta de amostras de asteroides

Pela primeira vez na história, missões espaciais realizaram a coleta de amostras de asteroides. Primeiro, em 2019, a sonda espacial japonesa Hayabusa 2 pousou no asteroide Ryugu; No ano seguinte, foi a vez da sonda OSIRIS REx da NASA realizar o mesmo procedimento no asteroide Bennu.

As missões nos asteroides foram importantes para a descoberta de suas composições e estruturas. Por exemplo, os cientistas descobriram que ambos são de baixa densidade, feitos de amontoados de rochas unidas por uma paraça gravitacional pequena e contém menos água do que se imaginava.

  1. Ondas gravitacionais

Em 2015, os astrônomos conseguiram, pela primeira vez, confirmar uma das previsões da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, quase um século após sua publicação. O anúncio da detecção da primeira onda gravitacional veio em 2016 pela National Science Foundation, Caltech, MIT e a equipe do detector LIGO.

Isso significa que o LIGO realmente funcionava e poderia detectar ondas gravitacionais de lugares distantes do universo. Para termos uma ideia da importância dessa descoberta, os astrônomos já descobriram várias colisões entre buracos negros e estrelas de nêutrons através dessas ondulações no espaço-tempo.

  1. Colisão de pesos pesados

Em 2017, a astronomia mudou um pouco — para melhor — com uma descoberta importante para o estudo da química do universo. Os cientistas observaram a colisão de duas estrelas de nêutrons incrivelmente densas através das ondas gravitacionais e luz formadas pelo impacto.

Apesar de ter sido a quinta vez que ondas gravitacionais foram detectadas, foi a primeira em que os pesquisadores conseguiram observar esses eventos também por meio de outras medições. Mas o que realmente impactou a ciência foi a produção de elementos pesados nessa colisão, ​​como ouro. Sozinho, esse impacto formou o equivalente a mais de 100 Terras em metais preciosos sólidos e puros.

  1. Imagens de buracos negros

Buracos negros também são alvo de muito debate, principalmente sobre o que existe dentro deles e como eles podem ajudar a resolver alguns dos maiores problemas da física (como a lacuna entre a relatividade geral e a mecânica quântica).

Até pouco tempo, dizíamos que era impossível ver qualquer coisa de um buraco negro além dos jatos emitidos durante as “refeições” de alguns deles, mas a história mudou nesta década. Vimos não apenas uma, mas duas fotos de buracos negros — uma do M87*, localizado no coração de outra galáxia, e outra de Sagittarius A* no centro da nossa própria Via Láctea.

  1. Perseverance

Lançada em julho de 2020, a missão Mars 2020 levou a Marte o rover Perseverance, o quinto rover da NASA a explorar o Planeta Vermelho. A essa altura, missões em Marte podem parecer triviais, mas não se engane: pousar uma nave no Planeta Vermelho é tão difícil que o processo é conhecido como “sete minutos de terror”.

Isso porque a descida e pouso são feitos de maneira autônoma por causa do atraso nas comunicações entre Terra e Marte. Seria impossível controlar os equipamentos a distância em tempo real, então tudo é programado para um pouso seguro sem intervenção humana. A missão até agora tem sido bem-sucedida em coletar amostras em busca de sinais de vida antiga em Marte.

  1. Elementos essenciais para a vida são encontrados no espaço

Não raro, a astronomia contribui para muitas outras áreas do conhecimento, como a biologia e o estudo da origem da vida na Terra. Agora, os cientistas descobriram a presença dos elementos fundamentais para a composição do RNA e DNA em meteoritos, reforçando a ideia de que os precursores da vida vieram mesmo “lá de fora”.

As descobertas foram anunciadas em abril de 2022, com a confirmação da presença de citosina e a timina em amostras de meteoritos. No entanto, isso não prova que a vida na Terra teve ajuda de asteroides, mas outra descoberta recente contribuiu um pouco mais com essa hipótese: foram encontrados elementos precursores de RNA perto do centro da Via Láctea, de onde podem ter sido espalhados através de supernovas.

Fonte: Canaltech.