Barco romano com mais de 2 mil anos é descoberto no mar da Croácia

A uma profundidade de apenas dois metros, no mar de Sukošan, na Croácia, arqueólogos encontraram um barco romano de madeira datado em mais de 2 mil anos. A descoberta foi divulgada no último sábado (5), no Facebook, pelo Centro Internacional de Arqueologia Subaquática em Zadar (ICUA Zadar).

Segundo publicação na rede social, de 10 a 21 de outubro de 2022, uma equipe de especialistas do centro, em cooperação com a Comissão Romano-Germânica de Frankfurt, na Alemanha, escavou parcialmente a embarcação romana de madeira perto da zona portuária de Barbir.

“O antigo porto de Barbir, perto de Sukošan, foi descoberto em 1973 e, por muito tempo, foi documentado apenas na superfície, graças à pesquisa do arqueólogo Boris Ilakovac”, contou Mladen Pešić, diretor da ICUA Zadar, em entrevista a Agência Nacional de Notícias da Croácia (Hina).

Segundo o diretor, em 2017, iniciaram-se obras mais profundas na área, paralelamente à pesquisa de uma vila romana no continente, que foi significativamente danificada devido a construções modernas. “Felizmente, parte do local sob o mar está bem preservado”, disse Pešić, que também é o chefe do extenso projeto de pesquisa.

O barco, que está coberto por areia, tem cerca de 3 metros de largura. Apenas nove metros de seu comprimento foram investigados até agora. Além das partes externas que foram danificadas por vermes, o resto do veículo está em condições incrivelmente boas, graças ao fato de que a madeira foi preservada na areia por 2 mil anos, segundo Pešić.

De acordo com o site Zadarski.hr, o espaço romano do porto foi construído em duas fases: a primeira data do século 1 d.C., quando o local era menor, e a segunda ocorreu em meados do século 4 d.C.

A primeira data é evidenciada por vasos de cerâmica e ânforas, lamparinas a óleo e fragmentos de vidro que chegaram a Sukošan de diferentes partes do Mediterrâneo, incluindo os atuais territórios de Grécia, Turquia, Oriente Médio e Itália.

Evidências de comércio intensivo durante o segundo período são mostradas por descobertas do norte da África. Entre os achados da época, estão cerca de 30 moedas de bronze cunhadas no Império Romano.

Como o navio está em uma área relativamente rasa, isso permitiu que cada equipe de especialistas ficasse no mar por uma hora e meia a duas horas, o que é uma grande vantagem em localidades como essa.

“Com essa pesquisa, conseguimos atingir metade do navio. Cada elemento é marcado, fotografado e, com base nisso, faremos planos para o próprio navio”, afirmou o líder do projeto. “Ao contrário da maioria dos barcos antigos que afundam e acabam deformados no fundo do mar, este conseguiu manter a forma.”

Conforme Peši, amostras de madeira do barco foram enviadas para análise na França, a fim de saber se sua produção era local ou de outras regiões. A investigação da segunda metade do navio está marcada para o próximo ano. Até lá, o sítio em seu entorno será protegido por camadas de areia, material geotêxtil e pedra.

Fonte: Revista Galileu.

Foto: Zadarski.hr/Reprodução/ICUA Zadar.