Ciclismo é um esporte sustentável?

Enquanto a bicicleta é um exemplo de modal sustentável, o impacto do ciclismo como esporte tem sido muito questionado. Fato é que todo circo itinerante ao redor das corridas tem um grande impacto ambiental. Por isso, o anúncio do percurso do Tour de France 2025 trouxe de volta uma velha discussão: Quão ecologicamente correto é uma corrida de bicicletas?

Para que os melhores ciclistas do mundo pedalem 3.320 km em busca da camisa amarela entre Lille e Paris, a caravana vai ter que se deslocar quase o dobro disso. Ou seja, além de seguir o pelotão nas etapas, toda a estrutura viajará cerca de 3.050 km para conectar as cidades de largada e chegada. E olha que este ano a prova será toda em território francês!

Esportivamente, isso implica em um grande desgaste para os ciclistas, com inúmeras horas em trânsito. E ambientalmente? Por mais que a bicicleta seja um veículo ecologicamente limpo, o comboio ao seu redor tem um impacto significativo. São inúmeros carros, motos, ônibus e todas as carretas com a logística das competições. Sem contar os helicópteros e aviões utilizados na transmissão.

Estima-se em mais de 215 toneladas de CO2 emitidos durante as três semanas do Tour de France. Ciente do seu impacto, o Tour de France veste a camisa do discurso sustentável e afirma que esse número já é 50% menor do que foi em 2013.

Desde 2017, a prova francesa vem tomando uma série de medidas para minimizar seu impacto. Coisas simples, como o não-credenciamento de carros com apenas uma pessoa, o uso de biocombustível nas carretas e a escolha de modelos elétricos (ou híbridos) para todos os carros da caravana.

Em 2023, a UCI (União Ciclística Internacional) também entrou na jogada e fez com que várias equipes e organizadores, incluindo a ASO (que faz o Tour de France), assinassem uma carta de acordo climático, onde consta um compromisso como a redução de resíduos, a menor emissão de carbono e a consideração do efeito das alterações climáticas para os planos futuros do esporte.

O francês David Lappartient, presidente da UCI, disse na época que “não há outra escolha senão mudar”. Porém, o acordo condena os largos deslocamentos nas grandes voltas, como este de 2025. Em contrapartida, a UCI assumiu a responsabilidade de reorganizar o calendário internacional de uma forma mais harmônica entre os continentes. Algo que as duas etapas da Copa do Mundo em Araxá/MG, simbolizam, aliás.

E você, acha que o ciclismo evolui como um esporte alinhado com as práticas sustentáveis?

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Fonte: Bicicleta News.

Foto: Pixabay.