Pequenas ou grandes, as cidades de todo o mundo têm desafios comuns, em especial os trazidos pela rápida urbanização e pelas mudanças climáticas. As Nações Unidas estimam que 4 bilhões de pessoas — mais da metade da população global — vivem nos centros urbanos. Até 2050, mais de dois terços da população mundial viverá nas cidades, o que gerará uma demanda crescente por moradias acessíveis, sistemas de transporte bem conectados e outras infraestruturas e serviços, além de empregos.
Além disso, o aumento da temperatura global intensifica os riscos de elevação do nível das águas, deslizamentos de terra, secas, furacões e outros desastres, que podem levar 100 milhões de pessoas à extrema pobreza.
A boa notícia é que, com conhecimento e criatividade, os centros urbanos estão encontrando formas de enfrentar novos e antigos problemas com menos perdas e maior capacidade de recuperação. Em outras palavras, criando resiliência (*) por meio da redução do consumo energético, já que as cidades consomem cerca de 2/3 da energia mundial e são responsáveis por mais de 70% das emissões globais de gases de efeito estufa, de acordo com o Banco Mundial. Mais espaços verdes não apenas ajudam as cidades a mitigar e se adaptar às mudanças climáticas, mas também servem como lugares de convivência entre pessoas e natureza, e para a conservação da biodiversidade urbana.
O gerenciamento permanente dos resíduos sólidos, evitando substâncias nocivas que poluem o ar, entre outros malefícios, pode gerar oportunidades para milhões de pessoas, como as que trabalham na cadeia da reciclagem. A taxa global de produção de lixo se tornará duas vezes maior que a de crescimento populacional nos próximos 30 anos, de acordo com o Banco Mundial.
Nem sempre são ideias fáceis de implementar e podem custar caro, mas o custo da inércia tende a ser bem maior, tanto para o meio ambiente quanto para os mais pobres, segundo o relatório do Banco Mundial.
(*) “Capacidade de um sistema, comunidade ou sociedade exposto a riscos de resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos efeitos de um perigo de maneira tempestiva e eficiente, através, por exemplo, da preservação e restauração de suas estruturas básicas e funções essenciais”.
Fontes: Periódicos UNB, Arcdaily, Ambiente Brasil.