Na União Europeia, as energias eólica e solar atingiram novos máximos este ano, alcançando uma fatia de 30% da geração de eletricidade do bloco de janeiro a junho e ultrapassando os combustíveis fósseis pela primeira vez, de acordo com um relatório do thinktank climático Ember.
A geração solar cresceu 20% (+23 TWh) e, a eólica, 9,5% (+21 TWh) em comparação com os primeiros seis meses de 2023. Combinadas, ambas tiveram elevação de 13% (+45 TWh).
A energia hidrelétrica se recuperou em 21% (+33 TWh), após secas que resultaram em produção muito baixa nos dois anos anteriores. O crescimento da energia solar e eólica combinado com essa recuperação significou que, em 50%, as energias renováveis geraram metade da eletricidade da UE no primeiro semestre de 2024. Isso supera significativamente o recorde anterior estabelecido no ano passado, de 44%.
Segundo o levantamento, quase metade (13) dos Estados-Membros gerou mais eletricidade a partir de fontes solar e eólica no período analisado, com quatro deles (Alemanha, Bélgica, Hungria e Holanda) atingindo o marco pela primeira durante um período de janeiro a junho.
“O primeiro semestre do ano mostra o papel cada vez menor da geração fóssil no setor de energia, e ganhos para as energias renováveis que estão além das variações temporárias nas condições. Estamos testemunhando uma mudança histórica e ela está acontecendo rapidamente. Se os Estados-Membros puderem manter o ímpeto na implantação eólica e solar, então a liberdade da dependência de energia fóssil realmente começará a aparecer”, apontou Chris Rosslowe, analista sênior de Dados Climáticos e de Energia da Ember.
Queda nos combustíveis fósseis
O documento destaca que os combustíveis fósseis geraram 17% menos (-71 TWh) eletricidade no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, caindo para 27% da geração (343 TWh) – em 2023, esse índice foi de 33%. O carvão caiu 24% (39 TWh) e, o gás, 14% (-29 TWh).
Isso aconteceu mesmo com a recuperação da demanda em 0,7%, aumentando após dois anos de declínio. Como resultado, as emissões de janeiro a junho estão agora quase um terço (-31%) menores do que no primeiro semestre de 2022.
Mais de 75% da queda na geração fóssil veio de apenas cinco Estados-Membros, impulsionada pelos maiores setores de energia da União Europeia. A maior queda foi na Alemanha, onde a geração fóssil caiu 19 TWh (-16%).
Reportagem do The Guardian pontua que a Europa está entre os maiores poluidores históricos que contribuíram com o gás que aquece o planeta e tornou o clima extremo mais violento. Apesar disso, a região tem algumas das metas mais ambiciosas para limpar sua economia.
No caso particular da União Europeia, o levantamento da Ember enfatiza que os últimos anos mudaram a sua abordagem para a transição energética, particularmente porque a invasão da Ucrânia pela Rússia fez os preços do gás e o custo da eletricidade dispararem. Isso resultou em uma aceleração significativa da implantação eólica e solar nos Estados-Membros.
Fonte: Um Só Planeta.
Foto: Getty Images.