Morro do Careca será “digitalizado” para investigação de processo de erosão

Na busca de identificar o que está provocando o processo de erosão do Morro do Careca, na Praia de Ponta Negra, em Natal (RN), técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) vão elaborar uma espécie de maquete digital com dados colhidos durante as vistorias de monitoramento.

No último sábado (4), foi realizada a segunda vistoria ao Morro pela Semurb e Defesa Civil, com apoio da Companhia Independente de Proteção Ambiental (CIPAM) da Polícia Militar. Dessa vez, foi feito o monitoramento aéreo, com uso de drone, da face costeira do Morro do Careca e áreas próximas.

A nova vistoria ocorreu desde a parte do Morro que fica em contato com a praia e foi até o limite da área militar. Uma primeira visita de monitoramento ao Morro do Careca já havia sido realizada no dia 6 de fevereiro, em parceria com a Aeronáutica. Todas as informações colhidas até aqui serão usadas para descrever os eventos erosivos que estão acontecendo na orla da capital potiguar, assim como se há algum dano ambiental e quais as possíveis medidas necessárias para o controle da situação. Por enquanto, a maquete digital ainda está em fase de elaboração.

“Constatamos que existem processos não apenas na parte frontal do Morro do Careca, mas também na área lindeira [em contato com a praia]. Agora vamos montar um Modelo Digital do Terreno (MDT), uma espécie de maquete digital feita a partir de ferramentas de geoprocessamento que vai ajudar a calcular e identificar o quanto este processo erosivo em curso. Vamos repetir a vistoria daqui a seis meses”, detalha José Petronilo da Silva Júnior, técnico da Semurb e pós-doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Primeiras constatações

Os técnicos da Semurb perceberam que os sedimentos que chegavam na parte de trás do Morro, correspondente à Praia de Alagamar, pararam de preencher o ponto turístico e manter o morro firme. Por outro lado, há um processo lento de fechamento da vegetação, beneficiado pela proibição de subida ao local.

A subida ao Morro do Careca está proibida desde 1997. De acordo com a Semurb, a expectativa é que com a engorda de Ponta Negra os sedimentos passem a chegar na base do morro e a erosão diminua. Com isso, se espera que a vegetação cresça mais, deixando o morro menos careca.

Cartão postal

O cartão postal da capital potiguar é uma duna de 120 metros que faz parte da Zona de Proteção Ambiental 6 (ZPA-6) , localizada na Praia de Ponta Negra, na zona Sul de Natal.

Fonte: Saiba Mais.

Foto: Kívia Pandolphi – cedida pela Semurb.