Nova economia das energias limpas já emprega mais do que setor de petróleo e gás no mundo

Novo relatório da Agência Internacional de Energia mostra boom da oferta de oportunidades no setor de fontes menos poluentes, que emprega quase 40 milhões de pessoas.

A energia limpa já emprega 56% do total de trabalhadores do setor energético devido ao crescimento substancial de novos projetos, disse a Agência Internacional de Energia em um novo relatório.

Quase 40 milhões de pessoas em todo o mundo trabalham em empregos relacionados à fontes de baixa emissão de carbono em diferentes segmentos, da construção de painéis solares e geração eólica até a produção de biocombustíveis, veículos elétricos e sistemas de eficiência energética.

Segundo o estudo, a nova economia das energias limpas já emprega mais do que setores mais poluentes: os combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão, empregam quase 32 milhões atualmente, número que tende a declinar diante da transição global para fontes que emitem menos gases de efeito estufa, vilões do aquecimento global.

No cenário buscado no Acordo de Paris, de combate à emergência climática, do mundo atingir emissões zero líquidas até 2050, a AIE estima que 14 milhões de novos empregos de energia limpa serão criados até 2030, enquanto outros 16 milhões de trabalhadores de outros ramos do setor energético mudarão para novas funções relacionadas à energia limpa.

O setor energético representa cerca de 2% do emprego global, que deve mudar rapidamente à medida que países e empresas aceleram os esforços para descarbonizar e cumprir as promessas climáticas. Segundo a AIE, todos os governos devem garantir condições de adaptação e aproveitamento dos trabalhadores dos segmentos fósseis, a fim de garantir uma transição segura e justa. “Os trabalhadores de carvão e outros combustíveis fósseis têm muitas das habilidades necessárias para preencher cargos em setores de energia limpa em crescimento”, diz a agência.

O relatório destaca ainda a importância de tratar questões de gênero também. “A porcentagem de mulheres na paraça de trabalho de energia é consistentemente baixa quando comparada às médias de toda a economia, com menos de 15% em cargos de gerência sênior”, compara a agência.

Para garantir a expansão do mercado de renováveis, que exige trabalhadores mais qualificados, o relatório recomenda ainda planejamento estratégico, com treinamentos e certificações oferecidos tanto pela indústria quanto por ministérios de energia, trabalho e educação.

Fonte: Um só Planeta.

Foto: Pexels/Gustavo Fring.