A sensação térmica quebrou recordes no Rio de Janeiro neste final de semana. No sábado, o calor já alcançou a marca inédita de 60,1ºC, em Guaratiba, na Zona Oeste da cidade. O número foi batido logo em seguida, no domingo, que registrou impressionantes 62,3ºC. De acordo com a previsão do Sistema Alerta Rio, a onda de calor que atinge pelo menos cinco estados em todo o país continua até o meio da semana com temperaturas que vão além do que está marcado no termômetro.
O que é sensação térmica?
Segundo o Alerta Rio, o calor sentido é influenciado pela temperatura do ar, mas também pela umidade e pelo vento. “Por isso, para calcularmos a intensidade do frio ou do calor percebida pelo corpo humano, utilizamos a sensação térmica”.
Quando as temperaturas estão muito elevadas, por exemplo, o corpo humano tende a tentar equilibrar a sua temperatura através do suor. “A evaporação do suor ajuda a resfriar o corpo e a reduzir a temperatura corporal. No entanto, quando a umidade também está alta, o suor não evapora de forma eficiente, aumentando a sensação de calor percebida”, esclarece o sistema da Prefeitura.
Sensação recorde no Rio de Janeiro
É esse aumento da umidade relativa do ar que vem provocando os recordes durante a onda de calor no Rio de Janeiro. Na cidade, a umidade facilmente ultrapassa os 65%, elevando a sensação térmica.
Antes das 9h deste domingo, a sensação térmica no bairro do Jardim Botânico, na zona sul, já alcançava 54,3ºC. Em Guaratiba e na Barra da Tijuca, na zona oeste, a sensação chegou a 53,2º e 51,0ºC, respectivamente. Às 9h55, foi registrada a marca recorde de 62,3ºC, também em Guaratiba.
No entanto, as maiores temperaturas não passaram dos 35ºC. Os recordes do dia foram registradas na Barra da Tijuca (34,9ºC), no Jardim Botânico (34,5ºC), e em Santa Cruz (34,3ºC).
O que causa o aumento das temperaturas?
Uma massa de ar quente instalada na Argentina e Paraguai, descrita como “bolha de calor”, está afetando os estados Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, parte de Goiás, parte de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O fenômeno ocorre devido à formação de um “domo de calor” que prende o ar quente na superfície terrestre e pode elevar as temperaturas a máximas de até 45 °C.
O evento ocorre em áreas de alta pressão quando uma cúpula de calor é gerada e permanece sobre a mesma região por dias ou até semanas, prendendo ar quente por baixo, como uma tampa em uma panela. O domo quente atua bloqueando a formação de nuvens e a chegada de frentes frias nas partes afetadas. Com isso, a umidade evapora e a radiação solar incide com maior intensidade na superfície.
Quando acaba a onda de calor?
De acordo com o MetSul, o centro do domo de calor se manterá sobre o Norte da Argentina e o Paraguai. Nesta região, máximas de até 45 °C são esperadas. A onda afeta a parte do Centro-Sul do Brasil, onde a sensação térmica em alguns locais no Sul do país passará dos 40ºC.
O calor excessivo pode chegar a dez dias em alguns estados, o que prolongará o final da estação, que está prevista para se encerrar no dia 20 de março, às 0h06.
Fonte: O Globo.
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