Os 5 materiais de construção sustentáveis mais inovadores do mercado

Os altos índices de emissão de carbono e a crise climática são pautas amplamente discutidas por todo o mundo – e a área da construção civil está conectada a essa questão. Segundo relatório publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente em 2020, a indústria de construção é responsável por 38% das emissões de dióxido de carbono (CO₂).

Os impactos acontecem desde a extração da matéria-prima e fabricação de materiais até a execução de obras e descarte de resíduos. Por isso, grupos de pesquisa, startups e outras iniciativas se dedicam a criar materiais de construção mais sustentáveis, promovendo um menor impacto no meio ambiente. Conheça cinco dos mais inovadores:

  1. Calcário produzido com algas

O cimento é um material produzido através da queima de calcário em altas temperaturas. Para evitar a poluição proveniente desse processo, pesquisadores do Living Materials Laboratory, da Universidade do Colorado Boulder, criaram um calcário cultivado biologicamente. Ele é feito por meio de algas unicelulares, que armazenam o CO₂ na forma mineral através da fotossíntese. Esse material é utilizado no processo de produção do concreto – e como a queima irá liberar apenas o CO₂ que havia sido previamente armazenado, esse concreto é considerado carbono neutro ou até carbono negativo.

  1. Ladrilho que trata água poluída

O Bio-Integrated Design Lab da Bartlett School of Architecture criou um ladrilho capaz de tratar água contaminada. Sua estrutura feita de microalgas é capaz de retirar corantes químicos tóxicos e metais pesados da água à medida que ela escorre sobre a superfície. O revestimento, chamado de Indus, pode ser feito de argila, laterita ou materiais regionais de composição parecida e sua estrutura imita a de uma folha, permitindo que a água passe por toda a extensão do ladrilho.

  1. Tijolo feito de fungo

Você sabia que um dos pavilhões do Museu de Arte Moderna de Nova York foi construído com tijolos feitos de fungo? A ideia foi uma iniciativa da Ecovative, uma empresa especializada em fazer estruturas feitas de micélio, parte vegetativa dos fungos. Para a produção do tijolo foi utilizado uma solução de substrato vegetal e fungos. A mistura é inserida em moldes e cresce durante cinco dias, quando atinge a forma desejada.

  1. Azulejo de “negro de fumo”

A queima de combustíveis fósseis é um dos maiores inimigos da luta contra a poluição. Por isso, a startup Carbon Craft, liderada pelo arquiteto Tejas Sidnal, utiliza um dos subprodutos gerados por essa combustão na fabricação de telhas. O resíduo usado se chama “negro de fumo”, que é misturado com cimento, gerando espécies de azulejos financeiramente acessíveis e que podem ser utilizadas pelo artesanato.

  1. Tijolo aspirador

Chamados de “Breathe Bricks”, esses tijolos foram projetados para fazer parte do sistema de ventilação de edifícios. Moldado como blocos de concreto porosos, funcionam da mesma forma que um aspirador de pó: ele faz a filtragem do ar, separando as partículas poluentes e as armazenando em um funil removível na base da parede. A responsável pela criação foi Carmen Trudell, professora assistente da Escola de Arquitetura de Cal Poly San Luis Obispo.

Fonte: Um só Planeta, Revista Casa Vogue.

Foto: Divulgação.