O Rio Grande do Norte preservou 47% de sua vegetação nativa desde o período da colonização até o ano de 2023. Além disso, outros 27% do território foi usado em pastagem, segundo o levantamento divulgado nesta quarta (21) durante o Seminário de lançamento da Coleção 9 de mapas anuais de cobertura e uso da terra do MapBiomas.
Dentre os estados do Nordeste, o RN é o segundo com menor área de mata nativa preservada. O Piauí (91%) possui a maior área preservada, na sequência, aparecem Maranhão (88%), Tocantins (85%), Ceará (81%), Bahia (66%), Pernambuco (63%), Paraíba (62%), Rio Grande do Norte (47%) e Sergipe (23%). No ranking nacional, o RN fica na 16ª posição dentre as 27 unidades federativas.
Os estados com maior proporção de ganho de mata nativa foram o Rio de Janeiro (76%), Paraná (76%) e São Paulo (72%). Já aqueles com maior proporção de perda foram Rondônia (96%), Tocantins (96%) e Maranhão (93%).
O Rio Grande do Norte teve perda de 2% a 15% de sua vegetação nativa em 47% do território. Teve estabilidade, com a mesma quantidade de perda e ganho, em 17% do espaço territorial e teve ganho de 2% a 15% em 13% de sua área de mata nativa.
Praças e Parques
O município de Maxaranguape, que fica a cerca de 1h de Natal, aparece na lista das 10 piores cidades em relação à presença de praças. Esse equipamento público faz parte da avaliação porque contribui para o desenvolvimento de cidades mais resilientes e sustentáveis, com melhores índices de sustentabilidade por causa da vegetação urbana.
O levantamento também mostra que as praças e parques estão presentes em 88% dos municípios brasileiros, mas com uma distribuição e densidade desiguais. Essas áreas têm sido cada vez mais valorizadas por contribuírem para a captura de CO2, resfriar a temperatura em seu entorno, além de embelezar a paisagem.
Política da devastação
No período entre a colonização e o ano passado, o Brasil perdeu 33% de suas áreas naturais, o equivalente a 110 milhões de hectares (metade na Amazônia). A marca é considerada um recorde histórico. Até 1985, essa perda havia sido de 13%, segundo relatório divulgado pelo MapBiomas nesta quarta (21).
É, justamente, a perda dessa vegetação natural um dos fatores que contribuem para as mudanças climáticas. Até ano passado, 18% dos municípios ficaram estáveis entre 2008 e 2023, com perda de vegetação inferior a 2%. Já em 37% houve ganho de vegetação nativa. A Amazônia e o Cerrado foram as áreas que mais perderam vegetação nativa.
Ao todo, foram mapeadas 29 classes de vegetação, tendo os recifes de corais sido mapeados pela 1ª vez. Foi constatado que 64,5% do país é coberto por vegetação nativa e que 32,5% do Brasil é ocupado pelas atividades da agropecuária.
Fonte: Saiba Mais.
Imagem: Reprodução MapBiomas.