A ciência está mais perto de entender como as dinâmicas das réplicas de terremotos — tremores menores que sucedem o principal. Um estudo publicado no periódico científico Geophysical Science Letters mostrou, através de simulações em laboratório, como a rugosidade das rochas pode ter um papel determinante para estes fenômenos.
Se um terremoto por si só já pode ter impactos terríveis, quando outros tremores acontecem logo em sequência — como aconteceu na Turquia e na Síria no início de 2023 — a situação pode se agravar significativamente. O estudo das réplicas, portanto, é importante para uma prevenção adequada dos danos de um desastre sísmico e para o planejamento das ações de emergência.
Em sua pesquisa, os cientistas criaram fraturas de diferentes rugosidades em cilindros de granito, aplicando, posteriormente, pressão na amostra, de forma a simular as condições de um tremor de terra. O resultado foram dados de deslizamentos entre os lados das falhas nos cilindros muito semelhantes a terremotos observados no sul da Califórnia. Além disso, o espaçamento entre os tremores simulados também foram comparáveis aos que acontecem no mundo real.
A pesquisa demonstrou que quanto mais rugosas são as rochas ao longo de uma falha, menos seus lados se moviam durante o tremor principal, mas um maior número de réplicas — e réplicas mais intensas — são observadas. Quando as rochas são mais lisas, o primeiro tremor gera um deslocamento maior, mas abalos posteriores são menos frequentes.
O terremoto da Turquia em fevereiro deste ano teve um primeiro tremor de 7,8 graus de magnitude, seguido de uma réplica de 7,5 graus. Ao longo de um mês, mais de uma centena se seguiram, aumentando a intensidade de um dos maiores desastres do século na Europa.
Fonte: Canaltech,Geophysical Science Letters.
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