Nessa quinta-feira, 8 de maio, o naturalista britânico David Attenborough completa 100 anos. Ele é uma referência no ativismo ambiental não apenas do Reino Unido, mas do mundo inteiro. Todos param para ouvi-lo quando ele fala, com sua voz marcante, que narrou dezenas e dezenas de documentários sobre a vida selvagem. E ao celebrar um século de vida, ele parece estar longe de se aposentar. Na tarde desta terça-feira (06/05), o apresentador participou, em Londres, da pré-estreia de seu mais novo filme, Ocean with David Attenborough.
O documentário mostra como a exploração insustentável dos oceanos do planeta está ameaçando o principal sistema de apoio da vida na Terra e o principal aliado no combate à crise climática. “Após quase 100 anos no planeta, agora entendo que o lugar mais importante da Terra não é a terra, mas o mar”, diz Attenborough.
Todavia, o filme traz uma mensagem de otimismo: através de histórias inspiradoras em diversas partes do mundo, o naturalista revela como os oceanos podem se recuperar muito mais rápido do que jamais imaginamos, e pulsar novamente, com sua rica biodiversidade, desde que o ser humano respeite seus limites e se empenhe em protegê-los.
“Minha existência coincidiu com a grande era da descoberta dos oceanos. Nos últimos 100 anos, cientistas e exploradores revelaram novas espécies notáveis, migrações épicas e ecossistemas deslumbrantes e complexos, muito além de qualquer coisa que eu poderia ter imaginado quando jovem”, afirma o britânico. “Neste filme, compartilhamos algumas dessas descobertas maravilhosas, descobrimos por que nosso oceano está em tão mau estado e, talvez o mais importante, mostramos como ele pode ser restaurado. Este pode ser o momento da mudança. Quase todos os países da Terra concordaram, no papel, em atingir esse mínimo indispensável e proteger um terço do oceano. Juntos, agora enfrentamos o desafio de fazer isso acontecer.”
Coproduzido pela Open Planet Studios e Silverback Films, Ocean with David Attenborough estreia nos cinemas, hoje, 8 de maio no Reino Unido, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, França, Canadá, Alemanha, Áustria, Suíça, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Islândia e África do Sul.
“Após quase 100 anos, agora entendo que o lugar mais importante da Terra é o mar”, diz David Attenborough
Ainda não existe previsão para o lançamento do documentário no Brasil, contudo, nos próximos meses ele estará disponível nas plataformas National Geographic, Disney+ e Hulu.
David Attenborough: uma vida dedicada à conservação
Formado em Ciências Naturais na Universidade de Cambridge e Antropologia na London School of Economics, Attenborough começou sua carreira na televisão na década de 50. Com o programa Zoo Quest, apresentou aos britânicos animais exóticos, como orangotangos e dragões de Komodo.
Desde então, viajou pelos quatro cantos do planeta – ou aqueles em que as atividades humanas ainda não destruíram – mostrando a biodiversidade da Terra e as belezas e o comportamento de nossa fauna e flora. Aos 99 anos, ele continua trabalhando ativamente. Dá entrevistas, palestras e faz discursos, sempre memoráveis, em grandes eventos internacionais, como na abertura da Conferência da ONU para o Clima, a COP26, realizada em 2021, na Escócia, quando questionou líderes mundiais: “É assim que a nossa história vai acabar? Um conto da espécie mais inteligente condenada por aquela característica tão humana de não conseguir enxergar o cenário completo porque está em busca de objetivos de curto prazo?”.
Muito querido e admirado por crianças e jovens, até 2020 Attenborough ainda não tinha se aventurado pelas redes sociais. Mas quando o fez, criando um perfil no Instagram, a receptividade de seus fãs foi surpreendente. Em 4 horas e 44 minutos, o naturalista já tinha 1 milhão de fãs, batendo o recorde anterior, da atriz Jennifer Aniston, que atingiu a mesma marca no ano passado, após 5 horas e 16 minutos (os dados são do Guiness World of Records). Hoje ele já tem mais 5 milhões de seguidores nessa rede.
O britânico, que recebeu também o título de “Sir” da Rainha Elizabeth, foi um dos indicados ao Prêmio Nobel da Paz 2022, mesmo ano em que recebeu da ONU o título de Champion of the Earth pela carreira dedicada à preservação do planeta.
Fonte: Conexão Planeta.
Foto: Divulgação.