Pesquisadores acreditam que o achado pode ajudar a ciência a entender
melhor a baixa detecção dessa espécie rara, que pode estar sendo confundida
com outras
Em uma viagem de campo para a Floresta Nacional de Carajás, no Pará,
pesquisadores encontraram pela primeira vez uma borboleta amazônica da
espécie Amphidecta calliomma, até então pouco conhecida pela ciência. Um
estudo publicado na sexta-feira (3) na revista “Ecology and Evolution”,
constatou que a descoberta pode ajudar cientistas a compreenderem melhor a
baixa detecção dessa borboleta, que pode ser rara ou estar sendo confundida
com espécies similares.
Segundo pesquisadores, apesar da amplitude na área de distribuição da
borboleta, presente nas áreas de floresta de países como Colômbia, Bolívia,
Peru, Venezuela, Equador, Panamá, Guiana Francesa e Brasil, a espécie tem
sido pouco coletada e identificada. Por isso, suas características ecológicas
são ainda desconhecidas, o que demanda um aprofundamento no
conhecimento sobre esses animais para melhores políticas de conservação da
biodiversidade.
“O indivíduo foi capturado por meio de uma armadilha atrativa com isca de
banana fermentada. Após isso, foi feita a identificação do indivíduo com a ajuda
do especialista em borboletas da Amazônia, o Dr. William Leslie Overal e sua
equipe do Museu Paraense Emílio Goeldi”, explicou Tereza Cristina Giannini,
uma das autoras do estudo, à Agência Bori.
A pesquisadora Amanda Paracampo, autora do artigo, explica que há uma
relação das mudanças climáticas com as borboletas. Isso porque elas são
ectotérmicas e regulam a temperatura corporal a partir de uma fonte de calor
externa, o que significa que suas atividades aumentam nas altas temperaturas
e longos períodos de luz solar. O clima também afeta seu crescimento
populacional, pois é um fator que limita o tempo de voo necessário para os
adultos colocarem seus ovos.
Fonte: Um Só Planeta.
Foto: Getty Images.