O Brasil perdeu 69 mil hectares de suas praias e dunas nos últimos 36 anos – o que representa uma redução de 15% no total de áreas compostas por areia. Os dados do estudo inédito, feito pelo MapBiomas a partir de imagens de satélite entre 1985 e 2021, mostrou que as praias, dunas e planícies arenosas do Brasil vêm sendo alteradas nos últimos 36 anos.
A redução foi de 15%, ou cerca de 70 mil hectares. Segundo o levantamento, o Brasil contava com 451 mil hectares de dunas e praias há 36 anos. No final do período analisado (2020), o país apresentava apenas 382 mil hectares arenosos.
O estudo também avalia a dinâmica das áreas de manguezais, apicuns, da aquicultura e da área de salinas, e indica que a diminuição das faixas de praias e dunas, essenciais para o controle da erosão costeira e preservação da faixa litorânea e de sua biodiversidade, pode ser explicada pela forte pressão imobiliária nesses locais.
Há, ainda, a baixa proteção: apenas 40% desse tipo de bioma está protegido em alguma unidade de conservação. Temos ainda o avanço de empreendimentos aquícolas e salineiros, até a expansão de espécies invasoras, além das atividades turísticas desordenadas.
O Rio de Janeiro é o estado que mais perdeu esse tipo de superfície no período, com uma redução de 49% de sua área. Em seguida, aparece a Paraíba, com perda de 44%. Atualmente, os estados com maior área de praias, dunas e areais são Maranhão e Rio Grande do Sul, que, juntos, abrigam mais da metade desses locais, sendo que dos dez municípios com maior área de praias, dunas e areais, três ficam nos Lençóis Maranhenses.
Entre os casos de ocupação por usos da terra, chama a atenção o avanço dos pinheiros sobre campos dunares no Rio Grande do Sul e a expansão da estrutura aquícola/salineira na região costeira do Rio Grande do Norte.
Fontes: Ciclo Vivo, CNN, G1 Globo, Isto É Dinheiro.