Brasil tem quatro das 25 espécies de primatas mais ameaçadas do mundo

Desmatamento, caça, febre amarela, fragmentação de florestas e hibridização são as principais ameaças que pairam sobre os primatas mundo afora. No Brasil, país com maior diversidade de macacos do mundo, esta “fórmula” faz com que mais de um quinto das espécies estejam ameaçadas de extinção. Quatro delas – bugio-ruivo, sagui-da-serra, zogue-zogue do Mato Grosso e caiarara – foram incluídas na lista global dos 25 primatas mais ameaçados do mundo. O alerta vermelho foi dado pela publicação Primates in Peril (Primatas em Perigo), divulgada no final de agosto.

Ao lado do Brasil como protagonista da lista, também com quatro espécies, está Madagascar, país africano que é lar dos ameaçados lêmures e da segunda maior diversidade de primatas no planeta. O documento foi produzido pela organização Re:wild, sucessora da Global Wildlife Organization que, desde 2000, elabora listas para chamar atenção das espécies de primatas que estão na berlinda, sob risco crítico de extinção.

A edição atual, do biênio 2022-2023, traz dez espécies do continente africano, oito da Ásia e sete da América Latina (região denominada Neotrópicos). A publicação chama atenção ainda para outras vinte espécies que, apesar de não estarem no “top 25”, também enfrentam graves ameaças e devem ser consideradas.

Ao longo das onze edições já feitas da lista já foram ilustradas cerca de 90 das 719 espécies e subespécies de primatas reconhecidas hoje pela ciência. Atualmente, 449 delas estão sob algum nível de ameaça de extinção – o equivalente a quase dois terços do total.

“Algumas se recuperam e saem da lista, outras continuam em situação crítica”, conta o primatólogo Russell Mittermeier, chefe de Conservação (Chief Conservation Officer) da Re:wild e um dos autores do levantamento. De acordo com ele, a lista leva em critério não apenas o grau de ameaça, em si, mas ter uma boa representatividade das regiões e tipos de primatas que existem.

Fonte: ((O))Eco.

Arte: Gabriela Güllich.