Cabeça de estátua grega de Hércules encontrada em naufrágio de 2000 anos

Um grupo de mergulhadores do Eforato de Antiguidades Subaquáticas, departamento do Ministério da Cultura da Grécia, encontrou recentemente entre os restos de um navio naufragado no século I a.C. a cabeça de uma figura masculina que parece representar Hércules.

A descoberta foi anunciada em um comunicado nesta segunda-feira (20) pela expedição Return to Antikythera (“Retorno a Anticítera”), atualmente coordenado pela Universidade de Genebra, na Suíça. Mesmo depois de mais de 100 anos da descoberta do naufrágio, diversos novos tesouros e artefatos são encontrados na embarcação.

O antigo navio de mercadorias está localizado a noroeste da ilha de Creta, na costa de  Anticítera. Ele teria afundado ali ainda na primeira metade do século 1 a.C., após colidir contra rochas. Popularmente chamado de “desastre de Anticítera”, a embarcação conta com quase 40 metros de comprimento e vem sendo estudada desde 1900, época em que o resto do corpo da estátua foi encontrado.

Concretamente, trata-se de uma peça de mármore do tipo farnésio que provavelmente pertencia à estátua acéfala Hércules de Anticítera, que foi recuperada em 1900 e que se encontra atualmente exposta no Museu Arqueológico Nacional de Atenas.

Além disso, foi encontrado o plinto de uma estátua de mármore, que inclui a parte inferior das pernas, coberto por uma espessa camada de depósitos marinhos. Espera-se que, uma vez limpo e restaurado, seja possível efetuar uma análise mais aprofundada para obter mais detalhes sobre o mesmo.

Também foram encontrados dois dentes humanos junto a fragmentos de cobre, madeira e outros materiais próprios de um naufrágio marinho.

O comunicado indica que a análise genética e isotópica dos dentes poderia ser útil para obter informação sobre o genoma e outras características relevantes para conhecer a origem dos indivíduos a que pertenceram.

Outros achados

O navio naufragado também é conhecido por possuir outro dispositivo muito interessante, que os cientistas acreditam ser uma espécie de computador analógico, sendo assim o computador mais antigo da história. Chamado de Máquina de Anticítera, o aparelho era usado para prever eclipses e rastrear os movimentos do Sol, da Lua e de estrelas.

As mesma forma, foram recuperados numerosos objetos do material do navio, como pregos de bronze e ferro, o colar de chumbo de uma âncora de madeira de grande tamanho e massas amorfas de concreção de ferro cobertas de restos marinhos, que serão posteriormente analisadas com raios X.

A missão incluiu mover uma grande quantidade de rochas para poder acessar uma parte do navio naufragado até agora inexplorada.

Todos os achados foram transportados de forma segura para as instalações do Eforato de Antiguidades Subaquáticas.

Os achados foram documentados com precisão e serão integrados ao modelo 3D do site dedicado ao naufrágio.

O objetivo dos arqueólogos é analisar o material de que dispõem para entender melhor como era a embarcação, bem como determinar qual poderia ter sido sua rota.

A última investigação pelo local aconteceu entre 23 de maio e 15 de junho de 2022, que era a segunda etapa da pesquisa arqueológica submarina do naufrágio. O programa tem como objetivo formular um entendimento mais claro e apurado sobre o navio naufragado, assim como sua rota, carga e condições dos destroços, e se estenderá até 2025

Fontes: Revista Galileu, Sputnik, AH, Fator RH.