Cachalote pré-histórico rivalizava com megalodon

Ele era o rei dos mares cerca de 12 a 13 milhões de anos atrás (Mioceno) e, segundo pesquisadores, rivalizava até mesmo com o megalodon. Acredita-se que entre suas presas estavam outras baleias e mamíferos marinhos. Os cientistas estimam que o Leviatã era aproximadamente do mesmo tamanho que um cachalote macho adulto.  Hoje comentamos o cachalote pré-histórico.

Nomeado Livyatan melvillei em homenagem ao monstro marinho bíblico e a Herman Melville, autor de Moby Dick, o animal  costumava dominar a cadeia alimentar, caçando outras baleias e mamíferos marinhos.

Devido ao seu tamanho, e ferocidade, era um forte rival do maior tubarão que já existiu, o megalodon que normalmente media 18 metros de comprimento e perseguia presas semelhantes.

Ossos achados no Peru

Em 2008, ele foi descoberto pelo cientista belga Olivier Lambert, no Peru. Há evidências que sugerem que as duas feras, Livyatan melvillei e o megalodon, se enfrentaram em batalhas marítimas assustadoras, com um esqueleto da baleia encontrado com marcas de mordida na Carolina do Norte, EUA.

O único espécime conhecido foi este do Peru, indicando que habitava o sudeste do Oceano Pacífico. Com base no tamanho do crânio de 3 metros de comprimento, diz o site www.nyit.edu,  em comparações com outros cachalotes ele tinha um comprimento corporal entre 13 e17 metros, e podia pesar cerca de 40 toneladas.

O crânio e as mandíbulas inferiores são gigantescos e maciços. Ao contrário do cachalote moderno ( Physeter ), ele tinha  dentes superiores maciços e profundamente enraizados, e um focinho curto e largo. O cachalote moderno não tem dentes superiores e tem um focinho muito longo e menos robusto.

Dentes com 36 centímetros

Segundo o www.nyit.edu, os dentes  são grandes (36 centímetros de comprimento –  mais que o dobro do tamanho do maior Tyrannosaurus rex conhecido), com pontas afiadas e sulcos profundos de desgaste contra outros dentes, possivelmente marcas de duelos com feras marinhas do mesmo período.

Segundo o Mundo Ecologia, ‘Embora os paleontologistas não saibam quanto tempo o Leviatã sobreviveu como espécie após o Período Miocênico, eles podem se aventurar a adivinhar por que isso aconteceu. Os cientistas acreditam que a mudança das temperaturas oceânicas levou a uma diminuição generalizada do número de focas, golfinhos e baleias’.

As baleias fiseteroides

Mundo Ecologia: ‘Todas as baleias fiseteroides são equipadas com “órgãos espermacéticos”, estruturas em suas cabeças consistindo em óleo, cera e tecido conjuntivo que serviram como lastro durante mergulhos profundos. A julgar pelo enorme tamanho do crânio do Leviatã, porém, seu órgão espermacético também pode ter sido empregado para outros fins; as possibilidades incluem a ecolocalização de presas e a comunicação com outras baleias’.

A National Geographic diz que ‘o Livyatan claramente agarrava sua presa com uma mordida poderosa, infligindo feridas profundas e arrancando carne como as orcas fazem, mas com um crânio três vezes maior’.

‘O Livyatan estava no topo da cadeia alimentar e deve ter precisado de muita comida. Enquanto os cachalotes modernos comem principalmente lulas, Lambert acha que Livyatan usava seus dentes temíveis para matar sua própria espécie – as baleias gigantes’.

Segundo Lambert, “Achamos que as baleias de barbatanas de tamanho médio, ricas em gordura, teriam sido presas muito convenientes para Livyatan ”.

Para a National Geographic, ‘Talvez não seja coincidência que o maior tubarão da história – o poderoso Megalodon – também tenha aparecido ao mesmo tempo na mesma parte do mundo’.

‘Também se pensava que caçava baleias e muitos de seus dentes  foram encontrados no Cerro Colorado. No momento, é difícil dizer se os dois predadores eram competidores diretos, já que podem ter nadado em diferentes partes dos mares peruanos’.

Outros cachalotes gigantes

Nos últimos anos, outros cachalotes pré-históricos menores foram encontrados no Peru e na Itália. Em 1877, os caçadores de fósseis encontraram dentes muito maiores que se pareciam muito com os de um cachalote.

Olivier Lambert

Lambert partiu para encontrar esse crânio em 2006, liderando várias expedições ao deserto de Pisco-Ica, no Peru. As escavações não foram frutíferas, mas a sorte da equipe mudou para um incrível final.

“Em novembro de 2008, ‘diz a NG’, no último dia da viagem de campo, meu colega holandês Klaas Post descobriu um crânio de cetáceo muito grande. Geralmente grandes crânios pertencem a baleias de barbatanas, mas Klaas imediatamente notou dentes enormes, tanto na mandíbula superior quanto na inferior.”

Foi assim que encontraram o Livyatan melvillei, ou o Cachalote pré-histórico.

Fonte: Mar Sem Fim