Depois de ficarem duas décadas desaparecidos, dois cadernos que pertenciam a Charles Darwin foram recuperados e devolvidos misteriosamente à biblioteca da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
O material contém anotações, ilustrações e ideias que ajudaram o naturalista britânico a desenvolver a Teoria da Evolução. Os esboços foram feitos em viagens pelo mundo no final do século 19, quando Darwin tinha 28 anos.
Os blocos de notas datam do final da década de 1830, depois que Darwin voltou das Ilhas Galápagos. Um dos registros mais famosos é a ilustração da “árvore da vida” de 1837, que mostra um esquema ramificado da evolução das espécies a partir de um ancestral comum. Darwin utilizou essa teoria mais tarde em um de seus livros mais famosos, A Origem das Espécies (1859).
“A teoria da seleção natural e da evolução é provavelmente a teoria mais importante nas ciências ambientais da vida e da terra e estes são os blocos de anotações em que essa teoria foi elaborada”, diz Jim Secord, professor emérito de história e filosofia da ciência na Universidade de Cambridge.
“São alguns dos documentos mais notáveis em toda a história da ciência.”
Um dos registros mais famosos é a ilustração da “árvore da vida” de 1837, que mostra um esquema ramificado da evolução das espécies a partir de um ancestral comum. Darwin utilizou essa teoria mais tarde em um de seus livros mais famosos, A Origem das Espécies (1859).
Os objetos devolvidos estavam em bom estado de conservação, sem sinais de manuseio ou danos significativos. Eles foram depositados dentro de uma sacola de presente rosa brilhante contendo a caixa de arquivo original dos cadernos, junto a um envelope endereçado à bibliotecária da universidade, Jessica Gardner.
A funcionária relata ter sentido um alívio “profundo e quase impossível de expressar adequadamente” com o retorno dos cadernos. “Juntamente com tantos outros em todo o mundo, fiquei com o coração partido ao saber de sua perda, e minha alegria por seu retorno é imensa”, afirma Gardner, em comunicado.
De acordo com a bibliotecária, os objetos devem “retomar seu lugar de direito” ao lado dos arquivos de Isaac Newton e de Stephen Hawking. “Eles podem ser minúsculos, do tamanho de cartões postais, mas o impacto dos cadernos na história da ciência e sua importância para nossas coleções de classe mundial não podem ser exagerados”, salienta Gardner.
Os cadernos estavam originalmente nas Salas Fortes das Coleções Especiais do acervo, onde ficam os itens mais raros e valiosos. Porém, eles foram removidos para a realização de fotografias na biblioteca, de setembro a novembro de 2000. Em janeiro do ano seguinte, a caixa contendo os objetos simplesmente não foi devolvida ao seu lugar.
Por muitos anos, bibliotecários acreditavam que os cadernos foram extraviados nos vastos depósitos e coleções da biblioteca. Mas em 2020 a maior busca da história do local analisou todas as 189 caixas do Arquivo Darwin e não encontrou sinal dos cadernos. Então, especialistas concluíram que eles só podiam ter sido roubados.
A investigação policial continua em andamento. Agora que foram finalmente encontrados, os cadernos serão exibidos na exposição gratuita Darwin in Conversation, que será inaugurada na Biblioteca de Cambridge em 9 de julho e contará também com 15 mil cartas que o gênio escreveu durante sua vida.
Fontes: BBC, Planeta, UOL, Folha SP,