Eletrônicos descartados estão se acumulando rapidamente, levando cientistas a explorar maneiras criativas de reduzir o lixo resultante, conhecido como lixo eletrônico. Atentos a isso, pesquisadores dos Laboratórios Federais Suíços de Ciência e Tecnologia de Materiais (EMPA, na sigla em inglês) decidiram promover um esforço conjunto para encontrar maneiras de ajudar a resolver esse problema negligenciado.
Os cientistas divulgaram recentemente a criação de uma bateria descartável ativada por água, e feita de papel e outros materiais sustentáveis. Em artigo publicado na revista Scientific Reports, eles descrevem como o dispositivo poderia eventualmente apresentar uma alternativa sustentável para as baterias mais nocivas que são comuns em dispositivos de baixa potência.
A nova bateria de papel tem os mesmos componentes principais que as baterias padrão, mas os embala de forma diferente. Como uma bateria química típica, ela tem um lado carregado positivamente chamado cátodo, um lado carregado negativamente chamado ânodo e um material condutor chamado eletrólito entre os dois.
Os componentes de uma bateria tradicional são envoltos em plástico e metal; na nova bateria, o ânodo e o cátodo são tintas impressas na frente e no verso de um pedaço de papel. Esse papel é infundido com sal, que se dissolve quando o papel é umedecido com água. A solução de água salgada resultante atua como um eletrólito, explica a Scientific American.
Materiais sustentáveis foram um pré-requisito para os pesquisadores, que consideraram apenas ingredientes não tóxicos e abundantes para criar seu dispositivo. “Estávamos bastante confiantes de que teríamos algo que funcionaria no final, mas desenvolver esses materiais e sistemas de tinta está longe de ser trivial”, explica, em nota, Gustav Nyström, chefe do Laboratório de Materiais de Celulose e Madeira e principal autor do estudo.
A bateria produz uma eletricidade estável de 1,2 volt até que o papel seque – para efeito de comparação, uma bateria AA normal fornece 1,5 volt. Quando os pesquisadores umedecem novamente o papel, conforme o estudo, a bateria produz 0,5 volt por mais de uma hora.
Fonte: Um só Planeta.
Foto: Alexandre Poulin / Reprodução.