Os microplásticos são pequenos resíduos que vêm dos mais diversos produtos de plástico. Eles podem ser de vários tamanhos. Às vezes são tão pequenos que podem ser invisíveis a olho nu, mas já se tornaram um dos principais poluentes da água nos rios e oceanos.
“Desenvolvemos um robô miniaturizado bem leve. Ele pode ser usado de várias formas, por exemplo, em operações biomédicas ou perigosas, um robô tão pequeno que pode ser colocado em uma parte do seu corpo para tratar alguma doença”, afirmou à agência de notícias Reuters Wang Yuyan, uma das pesquisadoras que desenvolveram o robô.
A pesquisa com os resultados foi publicada em junho na revista “Nano Letters” da Sociedade Americana de Química.
O “peixe”, uma estrutura mole e flexível de apenas 1,3 centímetro, é capaz de absorver os microplásticos em águas rasas e se orienta por meio de uma luz infravermelha posicionada na sua cauda.
O robozinho, que nada numa velocidade de 30 mm por segundo, também é capaz de desviar de outras estruturas e se ingerido por peixes de verdade ou outros animais não apresenta riscos à essas espécies, garantem os cientistas.
“Até onde sabemos, este é o primeiro exemplo de robôs maleáveis do tipo”, disse Yuyan ao jornal britânico “The Guardian”.
Além de absorver os microplásticos e transportá-los para outro lugar, os pesquisadores também afirmam que o peixe-robô é capaz de se reestruturar caso seja danificado e ainda assim coletar os microplásticos, algo importante tendo em vista que esses “peixes” podem ser facilmente danificados em ambientes aquáticos.
A equipe de cientistas visa agora fazer com que esses robôs coletem microplásticos em águas mais profundas -o que não deve acontecer tão cedo tendo em vista da complexidade dessa operação-, e que essas estruturas sejam utilizadas para analisar a poluição marinha em tempo real.
Os microplásticos já foram encontrados na placenta de mulheres grávidas, em mamadeiras e na água potável, em 2019, segundo um relatório feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“Os microplásticos são onipresentes no ambiente e foram detectados em água marinha, esgoto, água doce, na comida, no ar e na água potável, tanto na engarrafada quanto na água de torneira”, constatou o relatório.
Fonte: G1.
Foto: Adapted from Nano Letters 2022.