Cinto de ouro ornamentado é descoberto por fazendeiro na República Tcheca

Enquanto colhia beterrabas em um campo, um agricultor na região de Opava, no nordeste da República Tcheca, descobriu restos de um cinturão dourado que remonta à Idade do Bronze. A descoberta da relíquia foi divulgada em 7 de outubro pela Rádio Prague Internacional.

A peça ornamentada, excepcionalmente bem conservada, ficou no subsolo por milhares de anos e foi encontrada no final de setembro. Assim que a localizou, o fazendeiro contatou imediatamente os arqueólogos do Museu da Silésia, em Opava.

A composição do cinto é de 84% ouro, menos de 15% de prata e vestígios de outros elementos como cobre, de acordo com o site Heritage Daily. O objeto mede 49 cm de comprimento, 9 cm de largura e pesa 56,5 gramas.

Jiří Juchelka, chefe do departamento de arqueologia do Museu da Silésia, conta à Rádio Prague Internacional que, assim que viu uma foto do item, soube que era algo excepcional. A primeira hipótese era que a peça seria uma tiara. No entanto, após examinar o objeto com mais detalhes, os especialistas notaram que, na verdade, era parte de um cinturão.

“É decorado com círculos concêntricos elevados e cobertos com fechos em forma de rosa nas extremidades”, descreve Juchelka. “Percebemos que era muito longo para caber na cabeça de alguém. Então, na verdade, achamos que não é uma tiara, mas algo muito mais raro – uma parte de um cinto”, explica.

O artefato deverá ser exposto no Museu de Bruntál no final de 2023. Tereza Alex Kilnarová, conservadora da instituição, informa que ornamentos semelhantes existiram em mais de uma cultura pré-histórica.

Diante de tantas possibilidades de origem, uma pesquisa mais detalhada do metal ainda é necessária. “Estima-se que seja de meados ao final da Idade do Bronze, mas é apenas uma determinação preliminar com base na decoração”, conta Kilnarová.

Uma análise preliminar indicou que o cinturão foi fabricado por volta do século 14 a.C. O objeto, segundo a curadora, provavelmente pertencia a alguém em posição hierárquica elevada na sociedade, pois itens de tal valor eram raramente produzidos naquela época. “É por isso que estamos falando de alguém mais estimado”, ela reitera.

O valor monetário preciso do cinturão ainda não foi estimado, mas os pesquisadores estão certos de que ele tem um valor cultural e histórico incalculável. Objetos como esse são raramente encontrados mesmo em escavações, por isso, para Kilnarová, trata-se de é uma descoberta realmente única — não apenas na região, mas em toda a República Tcheca. “Acho que é seguro dizer que será um dos objetos mais valiosos que teremos em exposição no nosso museu”, diz a porta-voz.

Fonte: Revista Galileu.

Foto: Museu de Bruntál.