Crédito de carbono é uma moeda que deve ditar os próximos anos

O Brasil pode reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 82%, o que representaria uma redução nas emissões anuais dos atuais 2,8 bilhões de toneladas de CO2 para 0,5 bilhão de toneladas, considerando o período 2005-2030.

Para isso, precisa acelerar o processo de transição para uma economia de baixo carbono e aumentar suas metas para a neutralidade das emissões líquidas de carbono (net zero). Se fizer bem a tarefa de casa, o país tem potencial para chegar longe, alcançando até mesmo a liderança de um mercado disputado: o mercado de créditos de carbono.

O controle do desmatamento, a restauração florestal e a precificação do carbono estão no centro dessa possível estratégia de enfrentamento à crise climática, em consonância com o Acordo de Paris, que propõe a neutralidade de carbono no planeta em 2050.

Um estudo da Iniciativa Clima e Desenvolvimento: Visões para o Brasil 2030, liderado pelo Instituto Clima e Sociedade, Centro Clima da UFRJ e Instituto Talanoa, mostra o real potencial de redução do Brasil nesse contexto, e sinaliza que a meta conservadora do governo brasileiro de apenas 43% de redução está diretamente relacionada à falta de compromisso com o combate ao desmatamento ilegal.

É com o objetivo de impulsionar a transição para um futuro sustentável trazendo capital e escala para os projetos de carbono que o Future Carbon Group foi criado. Os projetos da empresa combinam a redução de emissões de gases de efeitos estufa com geração de impactos socioambientais locais.

“Chamamos isso de carbono de impacto, cujos créditos são certificados de acordo com os mais altos padrões internacionais. Parte da renda dos créditos de carbono é reinvestida em agendas de impacto social, sempre considerando a realidade local”, explica Marina Cançado, co-CEO do Future Carbon Group, nesta edição do Entre no Clima, o podcast do Um Só Planeta.

Na prática, a empresa gera créditos de carbono por meio de modelos de criação e compartilhamento de valor ambiental, social e financeiro, buscando impulsionar a transformação para um futuro sustentável e escalando a geração dos certificados. “Crédito de carbono é uma moeda que deve ditar os próximos anos”, avalia Marina, que lidera a companhia ao lado de Fábio Galindo, também co-CEO da Future Carbon.

A empresária destaca que um diferencial da atuação do grupo é enxergar o valor financeiro dos ativos ambientais e seu papel para o futuro dos negócios, destravando esse valor unindo uma longa experiência no mercado de carbono com tecnologia, capital intensivo e governança corporativa para criar caminhos para o crescimento exponencial, com foco na atuação regional, mas com um olhar voltado à realidade global.

“Nosso modelo é ganha-ganha: a gente ajuda empresas que têm o potencial de gerar créditos de carbono a serem remuneradas, ajudamos o fazendeiro, dono da terra, que está lá no meio da Amazônia, a ter um incentivo financeiro para preservar a floresta. E ajudamos transformando esse crédito de carbono em um ativo financeiro que pode ser monetizado”, define Marina. Assim, é possível construir valor de forma compartilhada, ajudando empresas a descobrirem o seu potencial como geradoras de créditos, com soluções em que empresas, pessoas e o planeta ganham, diz ela.

“Queremos ser essa ponte entre a Faria Lima (o principal centro financeiro do Brasil, localizado em São Paulo) e a Amazônia. Entre a Faria Lima e os biomas brasileiros. Não dá para achar que a gente vai, aqui da Faria Lima, modelar como se trabalha com uma floresta. Por isso, temos um time que não só vai com recorrência para essas regiões do país como também temos uma base no Mato Grosso para o time estar mais perto dessa realidade”, conclui Marina.

Fonte: Um só Planeta: