Desaparecimento de Pássaros

Last updated on 11/06/2024

Um novo estudo, liderado por Fiona Burns, bióloga de conservação, mostrou que desde a década de 1980 um em cada seis pássaros desapareceu da Europa. Isso equivale à perda de mais de 600 milhões de aves isomente nos últimos 40 anos, ocorrida principalmente em ambientes relacionados à agricultura e pecuária. E o cenário fica pior: os autores destacam que esse processo vem acontecendo silenciosamente.

Graças a um amplo histórico de observação aos pássaros, os estudos populacionais desses seres são mais avançados do que os que se referem a qualquer outro grupo de animais. Assim, os dados obtidos por ornitólogos amadores, sob a orientação de profissionais, foram de grande ajuda para o estudo em que os autores trabalharam com 378 das 445 espécies nativas de pássaros que se reproduzem na Europa. Os estudiosos notaram que a população de pardais vem se reduzindo pela metade desde a década de 1980, e hoje há 75 milhões a menos deles.

E agora aves estão morrendo em fazendas solares nos Estados Unidos…

As fazendas de energia solar trazem muitas vantagens na economia de energia e no uso de fontes limpas de eletricidade, mas nos Estados Unidos elas vêm trazendo um problema que afeta o meio ambiente: a morte de pássaros.

Há anos as empresas estão encontrando carcaças de aves no chão e desde então a dúvida sobre o que estaria causando esse problema vem assombrando os pesquisadores. Mas em 2013 acadêmicos, organizações ambientais e empresas de serviços públicos se reuniram para formar o Avian Solar Working Group, grupo dedicado a desenvolver estratégias para mitigar as mortes de pássaros em instalações solares por todo o país norte-americano.

Misti Sporer, membro do grupo e principal cientista ambiental da empresa de eletricidade Duke Energy, da Carolina do Norte, conta que inicialmente ninguém sabia dizer o que significava ver um pássaro morto nessas localidades e que foi um desafio obter tais dados. De acordo com um estudo pioneiro sobre o assunto, de 2016, estimou-se que centenas de fazendas solares de grande escala nos Estados Unidos poderiam matar aproximadamente 140 mil pássaros todos os anos.

O número é baixo, representando menos de um décimo de 1% da estimativa da quantidade de pássaros que são mortos por usinas de combustíveis fósseis, que podem acontecer com eletrocussão, envenenamento e colisões. No entanto, os pesquisadores acreditam que o número pode triplicar conforme novas fazendas solares comecem a funcionar.

Mesmo com os dados em mãos, ainda não está clara qual é a ligação das mortes com os painéis, mas uma das principais teorias é que o brilho emitido pelos tetos faz com que os pássaros os confundam com lagos. Então, ao mergulhar no falso lago, acabam realizando uma batida mortal. A hipótese, porém, é feita com base em uma perspectiva humana. “Os pássaros ao menos enxergam da mesma forma que os humanos? Precisamos coletar mais dados para formar uma imagem completa”, diz a cientista.

Houve também uma redução de quase 60% na população dos pássaros estorninhos. E, apesar de as quedas mais acentuadas terem relação com ambientes agrícolas, elas também vêm ocorrendo nas cidades. “Os pássaros comuns estão ficando cada vez menos comuns, principalmente porque os espaços dos quais eles dependem estão sendo devastados pelos humanos”, explicou Anna Staneva, diretora de conservação interina na Bird Life Europe.

Fontes: Canaltech, G1, Exame,Tecmundo.

Imagem: UKCEH/Divulgação.