Os desastres naturais de 2022, como ondas de calor e enchentes, causaram um prejuízo de US$ 72 bilhões (R$ 377 bilhões), afirmou relatório da gigante de resseguros Swiss Re nesta terça-feira (2). A companhia atua como uma “seguradora das seguradoras”, e compartilhou algumas impressões sobre o impacto das mudanças climáticas na economia global.
O valor para o primeiro semestre é menor do que o registrado no mesmo período do ano passado – US$ 91 bilhões (R$ 476 bilhões), mas fica próximo da média dos últimos 10 anos, de US$ 74 bilhões (R$ 387 bilhões).
Em 2022, pouco menos da metade do valor relacionado às catástrofes naturais (R$ 183 bilhões) não estava coberto por seguros.
“Os efeitos das mudanças climáticas são evidentes em eventos climáticos cada vez mais extremos, como as inundações sem precedentes na Austrália e na África do Sul”, disse Martin Bertogg, chefe do setor de riscos ligados a catástrofes da Swiss Re.
A seguradora chama a atenção sobre os desastres secundários, como enchentes e tempestades, que vêm ocorrendo com mais frequência, o que pode causar mais danos financeiros do que as chamadas catástrofes primárias, como terremotos e furacões.
“Isso confirma a tendência que observamos nos últimos cinco anos: que os perigos secundários estão gerando perdas seguradas em todos os cantos do mundo”, afirmou Bertogg. “Ao contrário de furacões ou terremotos, esses perigos são onipresentes e exacerbados pela rápida urbanização em áreas vulneráveis.”
A Swiss Re disse que as inundações na Índia, China e Bangladesh confirmam o crescente potencial de perda em áreas urbanas, e este tipo de desastre já ganha atenção diferenciada da seguradora. “Dada a escala da devastação em todo o mundo, os perigos secundários exigem a mesma avaliação de risco disciplinada que os perigos primários, como furacões”.
As tempestades de fevereiro na Europa custaram às seguradoras US$ 3,5 bilhões (R$ 18 bilhões), segundo estimativas da Swiss Re. Na Austrália, inundações em fevereiro e março estabeleceram um novo recorde de perdas seguradas por inundações no país, até agora perto de iguais US$ 3,5 bilhões — uma das catástrofes naturais mais caras já registradas pelos australianos.
O clima severo e as tempestades de granizo na França nos primeiros seis meses do ano causaram até agora cerca de quatro bilhões de euros (R$ 21,4 bilhões) em perdas.
Fonte: Um só Planeta.