Desertificação: Seridó Potiguar foi Destaque na Capa do The New York Times

O jornal The New York Times apresentou em sua primeira página, nesta sexta-feira 3, uma foto de uma olaria em Parelhas, no Rio Grande do Norte, com um alerta sobre a transformação do “Nordeste fértil do Brasil em deserto, em câmera lenta.

A reportagem atesta que as mudanças climáticas e as necessidades econômicas de Seridó, um centro nacional para produção de telhas, entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte, secam a região.

A reportagem mergulhou na história da produção do insumo na região e explica que o processo de fabricação, utilizando água, madeira e argila, todas matérias-primas escassas, contribui para o processo.

O NYT ainda conta com um texto de um correspondente enviado ao município de Carnaúba dos Dantas, também no Rio Grande do Norte. O repórter destaca que “grande parte do vasto Nordeste está se transformando num deserto —um processo chamado desertificação que está se agravando em todo o planeta. É um desastre natural que ocorre em áreas que abrigam meio bilhão de pessoas, do norte da China ao sudoeste americano”.

O jornalista também aponta a responsabilidade do presidente Jair Bolsonaro ao destacar que ele “não tomou medidas significativas para reverter o processo” e, “em vez disso, retirou regulamentações ambientais”.

Em agosto, o último grande relatório das Nações Unidas sobre a mudança climática disse que o Nordeste do Brasil enfrenta o aumento das temperaturas, um declínio acentuado nas águas subterrâneas e secas mais frequentes e intensas. Imagens de satélite e testes de campo mostram que 13% das terras já perderam sua fertilidade, enquanto quase o resto da região está em risco.

A maior parte do território Semiárido brasileiro situa-se no Nordeste se estende até o setentrional de Minas Gerais. A região ocupa cerca 12% do território nacional (1,03 milhão de km²) e abrange 1.262 municípios brasileiros, onde aproximadamente 27 milhões de brasileiros/as (12% da população brasileira) residem.

Em número de municípios, os estados com maior quantidade são Bahia (278), Paraíba (194), Piauí (185), Ceará (175), Rio Grande do Norte (147) e Pernambuco (123). O Maranhão passou a fazer parte do “Semiárido Legal” em 2017.
De acordo com estudos do Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2005), as áreas com sinais extremos de degradação, os chamados “Núcleos de Desertificação”, estão em Gilbués (PI), Irauçuba (CE), Seridó, fronteira entre os Estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, e Cabrobó (PE).

Assim, essa complexidade natural e o contexto de usos e ocupações, carente de informações cientificas, originaram um mau manejo, especificamente do solo e vegetação, com práticas de inadequadas, pelo menos ao longo dos últimos 300 anos.

Dessa forma, o processo de desertificação que é próprio da área está sendo intensificado, com a degradação extrema dos solos, da vegetação, da biodiversidade e assim, da capacidade produtiva das atividades agrícolas.

Fontes: NY Times. Tribuna do Norte, Carta Capital, Revista UFPR.

Um comentário

  1. Geraldo Alves S. Junior said:

    Precisamos de consciência política, não adianta se indignar com o capetão, pois o operador do golpe o traidor sergio m. , Se lança candidato a ppresudente. Hoje não temos políticas públicas que nos defendam, nem aos nossos recursos naturais. O Brasil é um deserto de homens públicos e patriotas!

    05/12/2021

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