Resíduos plásticos em um aterro a céu aberto no leste do Sri Lanka estão matando os elefantes da região. Em janeiro, dois animais foram encontrados mortos por causa do problema, que está sendo alertado por veterinários da região.
Nos últimos oito anos, cerca de 20 elefantes morreram depois de consumirem lixo plástico no lixão da vila de Pallakkadu, no distrito de Ampara, cerca de 210 quilômetros a leste da capital Colombo. Os exames apontaram que os animais engoliram grandes quantidades de plástico não degradável encontrado no depósito de lixo.
“Polietileno, embalagens de alimentos, plástico, outros não digeríveis e água foram as únicas coisas que pudemos ver nas autópsias. A comida normal que os elefantes comem e digerem não era evidente”, disse o veterinário da vida selvagem Nihal Pushpakumara.
Os elefantes são reverenciados no Sri Lanka, mas também estão ameaçados de extinção. O número de animais, que era de cerca de 14.000 no século 19, passou para para 6.000 em 2011, de acordo com o primeiro censo de elefantes do país.
Graças a perda e degradação do habitat natural, os elefantes estão cada vez mais vulneráveis. Por isso, muitos se aventuram mais perto de assentamentos humanos em busca de comida, mas acabam morrendo por causa de caçadores ou fazendeiros furiosos com os danos às plantações. “Os elefantes então param de comer e ficam fracos demais para manter seus corpos pesados na posição vertical. Quando isso acontece, eles não podem consumir comida ou água, o que acelera sua morte”, alertou Pushpakumara.
Em 2017, o governo do Sri Lanka anunciou que reciclaria o lixo em lixões perto de zonas de vida selvagem para evitar que os elefantes consumam resíduos plásticos e também prometeu que cercas elétricas seriam erguidas ao redor dos locais para manter os animais afastados. Mas, nenhuma dessas medidas foi totalmente implementada.
O local de gestão de resíduos na aldeia de Pallakkadu foi criado em 2008 com a ajuda da União Europeia. O lixo coletado de nove aldeias próximas está sendo despejado lá, mas não está sendo reciclado. Em 2014, a cerca elétrica que protegia o lixão foi atingida por um raio e as autoridades nunca a repararam, permitindo que elefantes entrassem e vasculhassem os dejetos.
Muitos moradores usam fogos de artifício para afugentar os elefantes quando eles vagam pela vila, e alguns erguem cercas elétricas ao redor de suas casas. Mas os aldeões muitas vezes não sabem como instalar as cercas elétricas para que estejam seguros e “podem pôr em risco suas próprias vidas, bem como a dos elefantes”, como alertou Keerthi Ranasinghe, um conselheiro da aldeia local.
“Mesmo que os chamemos de ameaça, os elefantes selvagens também são um recurso. As autoridades precisam encontrar uma maneira de proteger as vidas humanas e os elefantes que também nos permita continuar nossas
Fontes: Olhar Digital, O Observador, Agência Brasil.