Os carros da capital espanhola amanheceram cobertos de uma fina camada de poeira nesta terça-feira (15). O fenômeno é “comum” no país e a poeira, é, na verdade, areia do Saara.
Conhecida como calima, ou névoa seca em português, as partículas viajaram cerca de 2 mil quilômetros – e cruzaram o Mediterrâneo – antes de cair sobre diversas cidades da Espanha.
Na segunda-feira (14), cidades mais ao sul, como Málaga, já registravam o céu coberto com partículas, o que pintou de laranja o por do sol.
O que é a Calima?
A calima, ou a névoa seca, é produzida quando areia, sal, cinzas vulcânicas ou partículas de argila são arrastadas pelo vento.
Ela acontece com mais frequência no arquipélago espanhol das Ilhas Canárias, no Atlântico e a origem do “pó”, nesta região, é justamente o Deserto do Saara, informou a Agência Estatal de Meteorologia da Espanha (AEMET).
O Saara é o maior deserto do mundo, com uma área de 9 milhões de quilômetros quadrados – ele é maior, inclusive, que muitos países, como o Brasil, Índia e a Austrália.
A Espanha é o um dos países europeus mais próximos do continente africano, onde fica o deserto, e por isso a distância percorrida pela areia não chega a 2 mil quilômetros em pontos mais próximos. A distância é quase a mesma de São Paulo a Salvador.
A Calima é Perigosa?
A calima é perigosa para a saúde, uma vez que a inalação prolongada das partículas em suspensão pode causar problemas respiratórios, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A irritação nos olhos, mucosas e tosse também pode ser registrada e, por isso, autoridades locais recomendam que as pessoas evitem sair de casa.
A poeira costuma baixar rapidamente (algo em torno de dois dias), mas durante o fenômeno, a visibilidade fica reduzida, informou a AEMET.
Ela deve acabar quando houver uma mudança na massa de ar, provocada por ventos ou chuva, que ajudam a dispersar as partículas em suspensão.
O serviço de meteorologia local afirma que há a previsão, para os próximos dias de chuvas fortes, ventos intensos e agitação no mar provocados pela tempestade Célia.
Fontes: G1, El País, Ambiente Brasil, Terra Brasil.