Esqueleto e “o primeiro computador da história” foram descobertos em barco naufragado na Grécia

Descoberto em um barco naufragado na ilha grega de Symi, o artefato mais emblemático para a história da tecnologia foi decifrado por um grupo de cientistas em junho deste ano. Trata-se da Máquina de Anticítera, um objeto de bronze criado há dois mil anos na Grécia Antiga. O antigo aparelho foi criado para rastrear os movimentos da Lua e dos Planetas e, por isso, é considerado “o primeiro computador” feito pela raça humana.

O objeto foi encontrado por mergulhadores pela primeira vez em 1900 a 50 metros de profundidade. Além dele, foram recuperados ornamentos de bronze, vasos e estátuas.

Passados 116 anos desde os primeiros objetos, dois mil desde o naufrágio, um grupo de arqueólogos encontrou restos de um esqueleto humano. O corpo foi apelidado de Pamphilos, “amigo de todos” em grego, e, de acordo com a revista Nature, pertenceu a um jovem que devia ter por volta de 20 anos na época do acidente.

Ossos humanos já tinham sido encontrados no local na década de 1970, mas essa é a primeira vez na história em que o material descoberto está preservado o suficiente para ser analisado. Tanto que os cientistas conseguirão analisar o DNA de Pamphilos. “Essa é a descoberta científica mais emocionante que fizemos por aqui”, disse Brendan Foley, do Instituto Oceanográfico Woods Hole, em entrevista ao jornal The Guardian. “Acreditamos que ele tenha ficado preso no barco quando afundou.”

Foley mergulhava no local em agosto quando um dos integrantes do grupo afirmou ter encontrado ossos. O crânio, dentes e partes das costelas estavam bem próximos. Outras partes ainda não foram retiradas pelo risco de provocar um deslizamento de terra submarino.

Com testes de DNA do esqueleto, os cientistas podem estar mais próximos de entender Anticítera e também poderão investigar quem foi o homem chamado de Pamphilos. “Restos humanos se tornaram uma fonte de informações que pode nos revelar coisas incríveis sobre o passado”, afirmou o especialista em DNA Hannes Schroeder, do Museu de História Natural da Dinamarca, ao The Guardian. “Mesmo um só indivíduo pode nos dar insights incríveis sobre a tripulação da embarcação. De onde eles vieram? Quem eram?”. Com as análises, em pouco tempo podemos descobrir.

Fonte: Revista Galileu.