EUA advertem para temperatura recorde dos oceanos em 2021

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) advertiu nesta quarta-feira (3), que a temperatura dos oceanos atingiu níveis recorde em 2021, bem como a concentração de gases com efeito de estufa.

Em seu relatório anual sobre o estado do clima, a agência garantiu que a temperatura dos oceanos continuou subindo e atingiu novos máximos históricos. Pelo 10º ano consecutivo, o nível do mar atingiu um recorde e subiu 97 milímetros desde que começou a ser medido por satélites em 1993, diz o relatório.

Tudo isso no quadro de um aumento global da temperatura na superfície da Terra de 0,21 a 0,28 graus Celsius acima da média de 1991-2020, situação que coloca 2021 entre os seis anos mais quentes desde o início dos registros no final do século 19.

Em relação à temperatura dos oceanos próximos à superfície, o relatório indica que o fenômeno meteorológico La Niña fez com que fossem mais baixas do que em 2019 e 2020. Mesmo assim, os dados ainda são 0,29 graus superiores à média de 1991-2020. “Os dados apresentados neste relatório são claros: continuamos vendo evidências científicas mais convincentes de que as mudanças climáticas têm impactos globais e não mostram sinais de desaceleração”, disse o administrador da NOAA, Rick Spinrad, em um comunicado.

As inúmeras inundações deste ano, secas excepcionais e calor recorde “são um sinal de que a crise climática não é uma ameaça futura, mas algo que devemos abordar hoje enquanto trabalhamos para construir uma nação preparada para o clima”.

O relatório observou ainda que as principais concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera – dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – aumentaram mais uma vez para novos recordes em 2021. A concentração média anual global de dióxido de carbono na atmosfera foi de 414,7 partes por milhão (ppm), 2,3 ppm maior do que em 2020, a mais elevada desde o início dos registros observacionais modernos e a maior nos últimos milhões de anos, de acordo com registros paleoclimáticos.

A concentração média anual de metano na atmosfera também foi a mais alta já registrada e o aumento anual de 18 partes por bilhão (ppb) foi o mais alto desde o início das medições. A NOAA elabora seu relatório anual sobre o clima com base na contribuição de mais 500 cientistas de mais de 60 países.

Fonte: UOL, EFE.

Imagem: Ricardo Esquivel.