UFRN debate transição energética com dimensão de classe, étnica e de gênero

“Energias renováveis, diversidade e justiça socioambiental e climática”. Nos próximos dias 29 e 30 de novembro, o tema estará em debate na Universidade Federal do Rio Grande do Norte durante a realização do 3º encontro interdisciplinar sociedades, ambientes e territórios, no auditório do Núcleo de Estudos e Pesquisas (NEPSA). Professores, estudantes, especialistas, pesquisadores e ativistas debatem a necessidade de uma atuação consistente do Estado na área ambiental e políticas mais próximas das exigências das comunidades que lutam por justiça climática.

A programação inclui palestras, rodas de conversa e lançamento de três livros: “Descarbonización em América del Sur: conexiones entre Brasil y Argentina”, “Energia Eólica: contratos, renda de terra e regularização fundiária”, e “Energia Eólica: perspectivas e desafios no Rio Grande do Norte”, que tem organização de Zoraide Souza Pessoa.

Depois de um período de seis anos de medidas econômicas, sociais e ambientais que intensificaram a pobreza estrutural e a miséria no país, o debate acontece em um momento em que há a expectativa de encerrar um período de abandono das questões ambientais que o Brasil experimentou desde 2016. Se reivindica repensar o setor energético tradicional a partir de uma transição que tenha como centro a questão climática, mas que seja parte de um modelo de enfrentamento à miséria e às condições de vida precárias.

A participação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva na 27ª Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) sinalizou a esperança do mundo para que o Brasil recobre o protagonismo internacional na preservação ambiental, mas com uma dimensão de classe, étnica e de gênero.

Ficou evidenciado que o aumento do desemprego; da pobreza extrema e da fome; além de muitos problemas ambientais, poderiam ter sido evitados se o Brasil estivesse cumprindo os compromissos firmados em 2015 com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ao contrário, o país desperdiçou seis anos para a transição energética, fazendo uma escolha pelos combustíveis fósseis e pela negligência climática, ambiental e social.

A mobilização permanente de mulheres, povos indígenas, quilombolas, pescadores e jovens ativistas, entre outros grupos da sociedade, foi essencial para evitar retrocessos ainda maiores, mas as demandas desses grupos por um modelo energético mais limpo e justo foram completamente ignoradas. Para o conjunto desses setores, qualquer política que não considere uma transição energética justa será falha ou insuficiente.

RN é líder no campo das energias renováveis

A governadora Fátima Bezerra, na condição de mulher governadora de um estado que é líder no campo das energias renováveis no Brasil e na América Latina, integrou a Delegação de Autoridades Políticas Brasileiras na COP 27, em Sharm El-Sheikh (Egito).  Ao destacar o aos olhos do mundo o protagonismo do RN na produção de energia limpa, a chefe do poder executivo estadual lembrou que não basta ter recursos naturais, é preciso ter uma política que enfrente as desigualdades e promova inclusão.

Hoje, na área de energia eólica, o Rio Grande do Norte é o maior gerador do Brasil e da América Latina, com 222 usinas em operação, correspondendo a 6.8 GW de potência instalada. Além disso, possui o maior hub de serviços e suprimentos para setor eólico do Brasil, atendendo a todo o território do nacional e américa latina.

Fonte: Saiba Mais.

Foto: Cáritas Brasileira.