Grande Muralha Verde da África

Pesquisas já mostraram que para conter o aquecimento global seria preciso plantar cerca de 1,2 trilhão de novas árvores. O objetivo parece difícil de ser conquistado, mas a África já começou a fazer sua parte, por meio do megaprojeto apelidado de “A Grande Muralha Verde”.

Pioneiro e inovador, trata-se de uma imensa área verde que se estenderá por 8 mil quilômetros e promete salvar milhares de pessoas da seca e da fome, devolvendo a dignidade a africanos que sofrem cada vez mais com os efeitos do aquecimento global. No entanto, os benefícios da barreira que corta o continente africano são muitos. A longo prazo, ela irá neutralizar o aquecimento global, criando um enorme pulmão verde capaz de baixar a temperatura, liberar oxigênio e eliminar dióxido de carbono da atmosfera.

O projeto é grandioso e impressionante, já que além de criar uma faixa de vegetação que corta todo o continente, será a mais longa estrutura viva construída pelo homem e uma nova maravilha do mundo.

A afirmação consta de um estudo liderado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, sobre o impacto do projeto Grande Muralha Verde, GGW, na sigla em inglês.

Para cada dólar investido, houve um retorno de US$ 1,20 em projetos de contenção da degradação que foram do Senegal, no oeste, ao Djibuti, no leste.  Em alguns casos, os resultados variavam de US$ 1,1 a US$ 4,4.

O coordenador da Divisão de Florestas da FAO, Moctar Sacande, afirma que é preciso mudar a retórica sobre a região. Para ele, é necessário mostrar que apesar do solo seco e árido, é possível restaurá-lo e obter lucros.

Iniciado em 2007, a iniciativa engloba 20 países africanos que se comprometeram a plantar árvores em uma imensa área definida, iniciada na região do Sahel (Tunísia), na fronteira sul do deserto do Saara, um dos lugares mais pobres e áridos do planeta. Em mais de dez anos de trabalho colaborativo, milhões de árvores já foram plantadas.

O estudo utilizou dados por satélite e no terreno, para mapear a degradação ambiental entre 2001 e 2018. A partir daí foram comparados os custos e os benefícios de restauração do solo com base em diferentes cenários, adaptados aos contextos locais.

O reflorestamento e a restauração nesse cinturão, que se estende por 8 mil km2, estão levando comunidades a plantar árvores resilientes e espécies como a Acácia Senegal, que gera borracha árabe usada em bebidas. E outras espécies que ajudam com fertilizantes para o cultivo de um tipo de milho e forragem animal.

Com o apoio da FAO, mais de 500 comunidades estão melhorando oportunidades de rendas e segurança alimentar.  Um total de US$ 20 bilhões foi prometido como apoio, incluindo US$ 14,3 bilhões na Cimeira para Biodiversidade, Um PlPor causa de conflitos armados, metade da área envolvida no projeto permanece inacessível, por razões de segurança.

Fontes: Neo Mondo, Razoes para Acreditar,G1, DW