Janeiro de 2025 foi o mês mais quente da história: mais um recorde!

O primeiro mês deste ano foi o janeiro mais quente já registrado no mundo, revelou, no dia 6, o Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas da União Europeia.

Em seus 31 dias, o planeta registrou temperatura de 1,75 °C (graus Celsius) acima do nível pré-industrial (1850-1900), ou seja, a maior já registrada pela série histórica do observatório europeu. E, também, ficou 0,79°C acima da média identificada para o mês, no período de 1991 a 2020, com temperatura do ar na superfície do planeta de 13,23ºC.

De acordo com dados do relatório da instituição, temperaturas acima da média foram identificadas especialmente em áreas mais frias do planeta: sudeste da Europa, nordeste e noroeste do Canadá, Alasca e Sibéria, sul da América do Sul, África e grande parte da Austrália e da Antártica.

Em pouco tempo é possível que nos acostumemos com este tipo de notícia, se é que isso já não está acontecendo. Isso porque o planeta registrou temperaturas recordes em 18 dos últimos 19 meses (contando com janeiro), em que a média global do ar superficial foi superior a 1,5°C, acima do nível pré-industrial.

Este índice é, portanto, (mais) um alerta de que caminhamos para viver (ou sobreviver?) num planeta cada vez mais quente.

Samantha Burgess, líder estratégica para o clima do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF, na sigla em inglês), parceiro do Copernicus, explica:

“Janeiro de 2025 é outro mês surpreendente, dando continuidade às temperaturas recordes observadas ao longo dos últimos dois anos, apesar do desenvolvimento das condições de La Niña no Pacífico tropical e seu efeito temporário de resfriamento nas temperaturas globais”.

Em base nisso, especialistas como Adam Scaife, chefe de previsões mensais a decenais do Met Office, do Reino Unido, acreditavam que janeiro seria mais ameno: “Se você tivesse me perguntado alguns meses atrás como seria janeiro de 2025 em relação a janeiro de 2024, minha melhor aposta seria: ‘mais frio’”.

No entanto, La Niña não foi suficientemente potente para conter o calor. O fenômeno chegou a ser uma esperança de trégua, mas, desde 2024, vem perdendo paraça. Agora, com o anúncio do Copernicus, cientistas se mostram preocupados. É bem possível que, neste ano, o mundo atinja novo recorde de temperatura.

Lembremos que 2024 foi o ano mais quente já vivido pela humanidade e, pela primeira vez, superou a temperatura de 1,5ºC, considerada limite para o planeta.

A causa para tanto calor? O aumento das emissões de gases de efeito estufa (que só intensificam o aquecimento global), principalmente devido aos combustíveis fósseis – sua exploração e uso.

Chuvas

O relatório informou ainda que janeiro também foi predominantemente mais úmido do que a média, com fortes precipitações que levaram a inundações em algumas regiões.

A média de chuvas foi maior na Europa Ocidental, em partes da Itália, Escandinávia e países bálticos; no Alasca, Canadá, centro e leste da Rússia, leste da Austrália, sudeste da África e sul do Brasil.

Medições

O Copernicus é um programa de observação da Terra que utiliza medições de satélites, navios, aeronaves e estações meteorológicas em todo o mundo para produzir análises de dados da atmosfera, marinho, Terra, alterações climáticas, segurança e emergência.

O programa é coordenado e gerido pela Comissão Europeia e implementado em parceria com estados-membros, Agência Espacial Europeia (ESA), Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos e Centro Europeu de Previsões Meteorológicas em Médio Prazo, entre outros.

Fontes:  Conexão Planeta, Agência Brasil.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil.