Marcas únicas

A história do uso da impressão digital para reconhecimento de pessoas tem início sombrio: o assassinato de duas crianças. Pioneiro no campo da criminologia, o croata naturalizado argentino Juan Vucetich usou a papiloscopia pela primeira vez em 1892 para desvendar o verdadeiro autor do crime.

Aviso aos navegantes: esta história começa de forma sombria. Trata-se de um ataque brutal que culminou com o assassinato de duas crianças – Ponciano, de 6 anos, e Feliza, de 4. Os dois tiveram suas gargantas cortadas. Os corpos foram encontrados pelo pai, Ponciano Rojas, e seu vizinho, Ramón Velásquez, que precisaram arrombar a porta para ter acesso à casa. A cena toda se passa em 1892, na cidade de Necochea, Argentina.

A polícia local foi prontamente acionada em busca do assassino, mas, sem pistas ou testemunhas, seria um caso difícil de solucionar. Uma reviravolta inesperada trouxe uma luz. A mãe das crianças, Francisca Rojas Caraballo, sofreu apenas um ferimento superficial na garganta e sobreviveu ao ataque. Seu testemunho se tornou a principal evidência e, para surpresa de todos, ela apontou para Ramón Velázquez, o vizinho que havia sido tão prestativo.

Ramón era um pacato trabalhador rural, de poucas posses, homem humilde, sem passagens pela polícia. Ele negou veementemente qualquer participação no crime. O procedimento padrão da época era torturar o acusado para obter uma confissão. Ramón foi preso e espancado seguidamente e, ainda assim, afirmava sua inocência.

Fonte: Ciência Hoje.

Foto: Divulgação