Reduzir a poluição do ar, causada principalmente pelos combustíveis fósseis, aumentaria em até dois anos a expectativa de vida, de acordo com um estudo da Universidade de Chicago divulgado na terça-feira (14).
“Reduzir de forma permanente a contaminação do ar no mundo para cumprir as recomendações da OMS [Organização Mundial da Saúde] adicionaria 2,2 anos à expectativa de vida do ser humano”, afirma o texto.
O percentual de micropartículas na atmosfera é particularmente elevado em países do sudeste asiático, onde o crescimento econômico está retirando milhões de pessoas da pobreza, em troca de gastos consideráveis de energia.
A expectativa de vida na região poderia aumentar em até cinco anos se a poluição fosse reduzida aos padrões recomendados pela OMS, segundo o relatório do Instituto de Política Energética da Universidade de Chicago.
A OMS endureceu os padrões para qualidade do ar e limites de poluição no ano passado, para alertar e promover a implementação de medidas de saúde.
De acordo com a organização, as micropartículas com tamanho equivalente ou inferior a 2,5 mícrons (aproximadamente o diâmetro de um fio de cabelo humano) —são conhecidos pela nome de “material particulado”— são capazes de passar dos pulmões para o sangue, o que aumenta as probabilidades de câncer.
Segundo os novos critérios da OMS, o nível máximo de concentração desse tipo de material particulado (conhecido como PM2.5) não deveria superar 15 microgramas por metro cúbico em um período de 24 horas, ou 5 mcg/m3 como média ao longo de um ano.
Nos estados indianos de Uttar Pradesh e Bihar, com quase 300 milhões de habitantes, a expectativa de vida poderia aumentar oito anos com a adoção de medidas. Na capital, Nova Déli, poderia aumentar até 10 anos.
“O ar limpo representa anos de vida adicionais para todos os habitantes do planeta”, afirma a principal autora do relatório, Crista Hasenkopf.
Bangladesh, Índia, Nepal ou Paquistão, assim como partes do centro e oeste da África e América Central, também sofrem com os elevados níveis de poluição.
Fonte: Folha SP.