A Polícia Federal (PF), com apoio das Forças Armadas, destruiu 69 dragas, mais de 30 balsas, prendeu um garimpeiro e apreendeu ouro em operação contra o garimpo ilegal, neste sábado (27), no Rio Madeira, na Amazônia.
A operação que conta com homens do Ibama e da Força Nacional e ainda prosseguiu neste domingo. Foi a maior operação realizada contra o garimpo ilegal desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, que já se manifestou contrário à queima de maquinário e favorável à exploração de minério em áreas de reserva na Amazônia.
A operação ocorre num momento em que o governo é pressionado pela comunidade internacional pelas altas taxas de desmatamento na Amazônia pela comunidade internacional
No dia 23/11, um comboio de centenas de balsas de garimpo atracou em frente à cidade de Autazes, a 120 quilômetros de Manaus, e começou a revirar o fundo do rio em busca de ouro. Eles não tinham nenhuma licença do Estado para fazer a intervenção no rio, que funciona como uma hidrovia na ligação entre a capital amazonense e Porto Velho.
Sem serem incomodados pelas autoridades, os garimpeiros realizaram a atividade irregular durante três dias, remexendo com as dragas o fundo do rio e extraindo o ouro de pedaços de terra e rocha com o uso do mercúrio, que é altamente tóxico. Até que no dia 26/11, eles começaram a se dispersar em direção a Rondônia com a expectativa de uma megaoperação do governo.
Na tentativa de escapar da fiscalização, é comum a situação em que o garimpeiro recolhe a balsa para uma margem, retira o maquinário que puder e abandona a balsa. Em outros casos, tenta esconder o equipamento em pequenos afluentes do rio. Relatos de garimpeiros apontavam que estava sendo extraída “1 grama de ouro por hora” no Rio Madeira, o que atraiu muitas balsas para a região.
A lavra clandestina de ouro ao longo desses afluentes é um problema histórico e conhecido de todo o setor público. Essa mesma atividade criminosa se espalha há décadas por outros rios do Amazonas, como o Tapajós, na região de Itaituba.
O que chamou atenção no caso atual, porém, foi a aglomeração de balsas numa mesma região, nas proximidades dos municípios de Autazes. Para retirar o ouro do fundo do rio, essas balsas utilizam longas mangueiras. Elas sugam a terra e tudo o que encontram no fundo.
As cidades do entorno do Rio Madeira foram reforçadas com tropas da Força Nacional, que vieram de Brasília, para evitar a possibilidade de uma reação violenta por parte dos exploradores.
Nos últimos dois anos, as ações de combate ao desmatamento vinham sendo coordenadas pelas paraças militares, que consumiram mais de R$ 550 milhões nas ações, sem conseguir reduzir os índices de destruição da floresta amazônica. Agora, as operações passaram a ser concentradas nas mãos do Ministério da Justiça.
Fontes: Globo, Folha, Isto É Dinheiro, Revista Forum, Estadão.