O local ainda deve ficar visível por pouco tempo antes de ser coberto pelas águas do rio Tajo.
Um verão brutal causou estragos para muitos na Espanha rural, mas um efeito colateral inesperado da pior seca do país em décadas encantou os arqueólogos – o ressurgimento de um círculo de pedras pré-histórico em uma represa cujo nível da água abaixou.
Oficialmente conhecido como o dólmen de Guadalperal, mas apelidado de “Stonehenge espanhol”, acredita-se que o círculo de dezenas de pedras megalíticas seria de 5000 aC.
Atualmente, ele está totalmente exposto em um canto do reservatório de Valdecanas, na província central de Cáceres, onde as autoridades dizem que o nível da água caiu para 28% da capacidade.
“É uma surpresa, é uma oportunidade rara poder acessá-lo”, disse o arqueólogo Enrique Cedillo, da Universidade Complutense de Madri, um dos especialistas que correm para estudar o círculo antes que ele submerja novamente.
Desde sua inundação, em 1963, o local só foi visto outras quatro vezes.
Os dólmens são pedras dispostas verticalmente, geralmente suportando uma pedra plana. Embora existam muitos espalhados pela Europa Ocidental, pouco se sabe sobre quem os ergueu. Restos humanos encontrados em ou perto de muitos levaram a uma teoria frequentemente citada de que são túmulos.
As associações históricas e turísticas locais defenderam a mudança das pedras Guadalperal para um museu ou outro lugar em terra firme.
As mudanças climáticas deixaram a península ibérica em seu período mais seco em 1.200 anos, e espera-se que as chuvas de inverno diminuam ainda mais, mostrou um estudo publicado pela revista Nature Geoscience.
Stonehenge original
O apelido dado ao local foi em referência ao Stonehenge localizado na região de Wiltshire, na Inglaterra.
Esse é um dos monumentos mais misteriosos do mundo e uma enorme construção megalítica. Acredita-se que Stonehenge seja datada da epóca de 3100 a.C até 2075 a.C.
Acredita-se que cada pedra do monumento inglês pese, em média, 50 toneladas. Elas estão organizadas em um formato circular.
Ainda não há confirmação científica da função que essas pedras tinham no período em que foram organizadas.
Hipótese sobre a função do monumento na Inglaterra
Anteriormente, o Olhar Digital publicou sobre uma teoria relativamente antiga de que o Stonehenge localizado na Inglaterra era usado por civilizações passadas como uma espécie de calendário do ano solar.
Essa teoria nunca foi devidamente comprovada, mas um novo estudo considerou o número de pedras do local, suas respectivas posições e comparações com outros sistemas antigos de marcação de tempo para estimar uma série de detalhes sobre como essa antiga relíquia pode ter sido usada como uma forma de anotar os dias do ano.
Fonte: G1, Olhar Digital.
Foto: Wikimedia Commons.