Dados publicados pela rede MapBiomas nesta quarta-feira (13) mostram que quase metade (44,5%) da área ocupada por usinas fotovoltaicas no Brasil eram, antes disso, vegetação savânica ou da caatinga, um indicativo de desmatamento. A conclusão é baseada na análise de imagens de satélite do território nacional entre 2016 e 2024.
A soma desconsidera construções feitas sobre áreas de pastagens, portanto já desmatadas anteriormente, que são o segundo terreno mais usado para estas usinas, caso de 36,6% destas instalações, em uma área total de 12,9 mil hectares.
No período analisado, o setor pulou de 822 instalações deste tipo para 35.318, identificadas no ano passado. No total, a área desmatada chega a 15,7 mil hectares, segundo o levantamento, que analisou ainda a perda de áreas naturais totais nos últimos 40 anos.
O mapeamento de usinas fotovoltaicas mostrou uma expansão pelo país entre 2015 e 2024, com 62% da área mapeada no país concentrada na Caatinga.
Todos os dados já estão disponíveis gratuitamente no site do Mapbiomas, que identificou a área ocupada por usinas fotovoltaicas no país. Os dados mostram que o crescimento se deu a partir de 2016, com 822 hectares de área ocupados por instalações de médio a grande porte destinadas à geração de energia elétrica por conversão direta da luz solar, com foco na comercialização da energia. Em 2024, essa área já era de 35,3 mil hectares.
Quase dois terços (62%, ou 21,8 mil hectares) estão na Caatinga; cerca de um terço (32%, ou 11,2 mil hectares) fica no Cerrado; e 6% (2,1 mil hectares) está na Mata Atlântica.
Desse total, 13,1 mil hectares, ou 37% de toda a área ocupada por usinas fotovoltaicas no Brasil, estão em Minas Gerais. Quase metade (44,5%, ou 15,7 mil hectares) da área convertida para usinas fotovoltaicas era formações savânicas e 36,6% (12,9 mil hectares) da área convertida para usinas fotovoltaicas era pastagens.
O estudo seguiu a definição da Aneel de 2020, que estabelece que usina fotovoltaica é uma instalação de médio a grande porte destinada à geração de energia elétrica por conversão direta da luz solar, com foco na comercialização da energia. No Brasil, são consideradas grandes usinas as centrais com potência superior a 5 megawatts.
Atualmente, estas estruturas se espalham especialmente pela Caatinga, mas também no Cerrado e na Mata Atlântica, apontam os pesquisadores. Minas Gerais, Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte possuem 74% da área mapeada com usinas fotovoltaicas em 2024 (25,9 mil hectares).
Uma área de construção menor, de cerca de 500 hectares, foi implementada sobre formações florestais e campestres, indica o levantamento. No total, eram 35,3 mil hectares ocupados por usinas fotovoltaicas no Brasil em 2024, aponta o MapBiomas.
Em 6 dos 14 estados com estas estruturas, o desmatamento de formações savânicas foi a situação mais recorrente na construção das usinas fotovoltaicas.
No total, 98 municípios possuem áreas ocupadas com usinas fotovoltaicas (cerca de 2% dos municípios brasileiros), sendo Jaíba (MG) a cidade com maior área dedicada à atividade no país (2.840 hectares).
Fontes: MapBiomas Brasil, Um Só Planeta, Conexão Planeta.
Foto: Getty Images.
Seja o primeiro